Perto de 60% dos portugueses têm excesso ponderal. A endocrinologista do Hospital de São João e presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade alerta para a necessidade de comparticipação da terapêutica.
Os fármacos análogos das hormonas produzidas no tubo digestivo, como o GLP-1, vieram revolucionar o tratamento da obesidade. Contudo, a endocrinologista e professora do ICBAS Mariana Monteiro frisa a dificuldade de acesso dos doentes um tratamento que não é comparticipado.
No 28.º Congresso da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (EASO) a psicóloga da Universidade do Minho Sofia Ramalho venceu o prémio europeu para jovens investigadores em obesidade infantil ao tentou perceber como o Facebook pode ajudar os mais novos a ganharem hábitos de vida saudável.
O alerta é feito no Livro Branco sobre Endocrinologia, agora divulgado, elaborado pela Sociedade Europeia de Endocrinologia.
A relação entre a pandemia e a diabetes, o centenário da insulina e as novas terapêuticos foram temas que marcaram o Congresso, de acordo com a especialista, que presidiu à 17.ª edição deste evento.
Para o endocrinologista do Hospital Curry Cabral, o novo parâmetro de controlo glicémico, Time in Range, permite aferir “a dimensão do efeito anti-hiperglicémico das terapêuticas usadas” nos doentes. José Silva Nunes refer também existem estudos que associam a “diminuição do TiR com o desenvolvimento de complicações macrovasculares”.
O endocrinologista e militar João Jácome de Castro já tomou posse como presidente da SPEDM. A pandemia não é um obstáculo à “vontade de fazer mais e melhor”, diz, em entrevista ao SaúdeOnline.
A desigualdade entre homens e mulheres é um fenómeno transversal a muitas áreas. É o caso das doenças endócrinas.
Para o presidente da APDP, os números da primeira vaga da pandemia mostram a necessidade de apostar no controlo da DMT2, pois são os doentes com a doença descontrolada os que enfrentam mais riscos de complicações.
Tanto os iSGLT2 como os agonistas do GLP-1 têm bom perfil de segurança e benefícios CV. Contudo, para que os efeitos dos novos fármacos se façam sentir, o endocrinologista do Hospital das Forças Armadas sublinha que é necessário combater a inércia clínica dos especialistas e a apostar na adesão à terapêutica dos doentes.
