Diagnóstico atempado da Doença de Fabry é fundamental para evitar lesões irreversíveis em diferentes órgãos
O Dia Internacional da Doença de Fabry assinala-se, hoje, 28 de abril. Especialista alerta para sintomas que ainda não são valorizados e que atrasam o diagnóstico desta patologia rara.

Patrício Aguiar, professor e especialista em Medicina Interna da Unidade Local de Saúde de Santa Maria (Hospital de Santa Maria) é categórico: “O diagnóstico precoce da Doença de Fabry é crucial para iniciar intervenções médicas atempadas e proporcionar um acompanhamento adequado aos doentes afetados”. O alerta do especialista surge por ainda se desvalorizarem determinados sintomas como dor e formigueiros nas mãos e nos pés, dor difusa pelo corpo, sudorese deficiente, intolerância ao calor/frio, lesões cutâneas (angioqueratomas), problemas cardíacos (como aumento do coração e disfunções valvulares) e AVC, problemas renais e desafios psicológicos, incluindo a depressão.
De facto, os adultos com doença de Fabry são frequentemente identificados em estudos de rastreio, quando os seus sintomas não se encaixam em doenças comuns ou fatores de risco conhecidos para problemas renais, cardíacos ou neurológicos, ou quando apresentam sinais de alerta específicos. “Os objetivos terapêuticos devem ser adaptados individualmente, levando em consideração as características individuais dos doentes, a variante da doença e sua fase de progressão. A reversão dos sintomas ou a prevenção da progressão da doença são os objetivos primordiais”, refere ainda Patrício Aguiar.
“Uma abordagem multidisciplinar é fundamental em todas as fases do tratamento da doença e deve ser baseada em uma avaliação completa dos órgãos afetados, bem como em uma monitorização regular da condição do doente”, acrescenta em comunicado.
A doença de Fabry, uma condição rara e hereditária do metabolismo, pertencente ao grupo das Doenças Lisossomais de Sobrecarga (DLS), é uma doença genética ligada ao cromossoma X e, por isso, transmitida de pais para filhos, afetando tanto homens como mulheres. Trata-se de uma patologia com progressão silenciosa, que atinge vários órgãos como o coração, rins, pele e olhos, sem causar, muitas vezes, sintomas evidentes ou queixas.
Caracterizada como crónica e progressiva, resulta da deficiência de uma enzima essencial no metabolismo lipídico. A redução na atividade dessa enzima leva à acumulação de substâncias nos tecidos e órgãos, desencadeando uma variedade de manifestações neurológicas, cutâneas, renais, cardiovasculares e cerebrovasculares. “É uma doença heterogénea, apresentando um espectro variável de gravidade e progressão. Geralmente, os sintomas são mais precoces e severos nos homens em comparação com as mulheres.”
SO/COMUNICADO
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