26 Fev, 2021

Janeiro terminou com menos 200 mil consultas e 21 mil cirurgias no SNS

Quebra do número de consultas e cirurgias agravou-se em relação a 2020. Bastonário dos Médicos pede um "Plano Marshall para a saúde".

Só no mês de janeiro, período em que a pandemia se agravou de forma substancial, foram feitas menos 194.239 consultas e cuidados nos hospitais públicos e menos 21.493 cirurgias, segundo dados disponibilizados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) ao DN.

Contas feitas, em comparação com o mesmo mês de 2020, realizaram-se menos 17% de consultas e 30,6% de cirurgias. A dimensão da queda da atividade assistencial programa no mês de janeiro é superior à média do ano passado. Em 2020, realizaram menos 126 mil cirurgias em comparação com 2019 (menos 18%) e menos 1,2 milhões de consultas (menos 10%).

A redução acentuada verificada em janeiro está relacionada o aumento dos internamentos por Covid-19, que obrigaram os hospitais a suspenderam quase toda a atividade programa, de modo a direcionar os recursos para o tratamento dos doentes com Covid-19.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, a situação “é dramática” e terá “repercussões brutais a nível da mortalidade e da morbilidade dos doentes”. “Há coisas que já não vamos conseguir recuperar. Há pessoas que morreram entretanto”, alerta.

Miguel Guimarães defende mesmo que o país vai precisar de “um Plano Marshall para a saúde dos portugueses”. No entanto, ainda não se conhecem detalhes sobre a estratégia do Ministério da Saúde para recuperar a assistência aos doentes não-Covid. “A ministra chegou a anunciar uma task force para resolver os problemas dos doentes não covid, mas nada aconteceu, foi mais uma intenção que não passou do papel”, critica o bastonário.

“Não há um único mês de 2020 em que a atividade de consultas presenciais nas unidades de saúde, a realização de cirurgias, de meios complementares de diagnóstico, de rastreios ao cancro, não tenha sido pior do que nos meses de 2019. O que quer dizer que em nenhum mês houve recuperação”, explica o médico urologista, em declarações ao DN.

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