9 Out, 2023

Cuidados diários na dermatite atópica

Ana Brasileiro é dermatologista no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC). Ao SaúdeOnline alerta para a importância dos cuidados diários que se deve ter quando se tem pele atópica.

A dermatite atópica é uma doença inflamatória crónica da pele, com início mais habitual na primeira infância. Estima-se que afete entre 10% e 20% da população pediátrica, sendo mais frequente em áreas urbanas e quando existe história familiar. Caso um dos pais sofra de asma, rinite alérgica ou dermatite atópica, estima-se que a criança tenha aproximadamente 25% de hipóteses de vir a ter alguma forma de doença atópica, aumentado esse risco para 50% quando o problema afeta pai e mãe.

“Esta doença manifesta-se por placas de eczema, que podem ter pápulas ou vesículas superimpostas, com exsudação e formação de crosta, que evoluem, na fase crónica, para lesões mais espessas, descamativas e liquenificadas”, explica Ana Brasileiro.

A localização das lesões depende da idade, podendo aparecer, até aos 2 anos, na face, no tronco e na superfície extensora dos membros.  Entre os 3 e os 6 anos afeta mais a superfície flexora dos membros, a região cervical e as pálpebras. Na adolescência e na idade adulta podem também surgir lesões nas mãos e nos pés.

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Apesar de existirem situações mais graves, que exigem mesmo terapêuticas biológicas, a maioria dos casos são considerados ligeiros e moderados. Mas mesmo assim as lesões causam sempre desconforto e afetam a vida diária dos doentes e dos familiares, quando se trata de crianças. A sintomatologia mais difícil de gerir é a comichão, pois pode inclusive impedir uma noite tranquila de sono. “O sintoma cardinal é o prurido – aliás se não há prurido não deve ser dermatite atópica”, frisa.

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Para evitar crises agudas, ou pelo menos para permitir um maior espaçamento entre as mesmas, é preciso acrescentar à medicação prescrita pelo médico, alguns cuidados diários com a pele, como aconselha a dermatologista. “De um modo geral, devem ser evitados estímulos que possam ser irritativos para a pele, começando pela higiene, que deve ser feita com água morna, com produtos adequados a este tipo de pele, e aplicando sempre um creme emoliente”, aconselha Ana Brasileiro.

A escolha do vestuário é também muito importante, devendo a roupa em contacto direto com a pele ser de algodão ou outra fibra natural.

Estas são algumas das medidas gerais recomendadas, mas, como diz ainda a médica, “importa adequar a estratégia terapêutica a cada doente e ao momento em que se encontra”.

 


 

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