Queimaduras solares e não só – os cuidados a ter

António Fernandes Massa, dermatologista na Clínica Dermatológica Dr. António Massa, no Porto, explica os cuidados a ter-se com a pele no caso de queimadura, como o arrefecimento ou o uso de creme. E, no caso específico da queimadura solar, alerta para a importância da prevenção nas consultas de Saúde Infantil.

A queimadura da pele, por menos intensa que seja, é sempre um episódio desagradável. Irritação, descamação, vermelhidão e até bolhas são sensações desconfortáveis quer para crianças como para adultos. No caso específico da queimadura solar, o problema não se limita à situação aguda, imediata, que pode exigir o uso de um creme que acalme o desconforto da pele, que a ajude a cicatrizar e  ter uma pele nova na zona afetada. A evicção solar nos dias a seguir é outra medida essencial.

Mas não basta remediar, como alerta António Fernandes Massa. “O mais importante é  a prevenção primária, porque esse tipo de exposição poderá trazer mais tarde – às vezes, ao fim de 20 ou 30 anos – um cancro de pele.” O melanoma, cuja letalidade é maior, é dos que mais preocupam o médico, daí considerar que, no que diz respeito a queimaduras solares, ser necessário apostar sempre na educação para a saúde. “O médico de família tem um papel fundamental e é precisamente na infância, nas consultas de Saúde Infantil, que se deve abordar esta temática; os pais tendem a estar mais abertos a mudanças de comportamentos de risco.”

António Fernandes Massa lembra que é essencial usar um bom protetor solar, com um fator adequado a cada tipo de pele. Contudo, alerta: “Mesmo quando é fator 50, é necessário ter uma camada de espessa de protetor (cerca de 2mg/cm2) para alcançar o grau e proteção anunciado a pele. Isso não acontece na realidade quotidiana.”

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Defende assim uma aposta maior na educação para a saúde, começando nas tenras idades – até como forma de chegar aos adultos – para se reforçar a ideia da importância das horas adequadas para exposição solar e para o uso de chapéu de aba larga. “Quantas vezes olhamos para a praia e, na pior hora, vemos os pais a chegarem com crianças pequenas? Infelizmente, existe uma falsa sensação de proteção apenas porque se usa protetor.”

O médico dá inclusive o exemplo da Austrália, o país onde o cancro de pele é “um flagelo”, e no qual as crianças têm falta de material se não levarem chapéu para a escola. “A proteção solar não deve ser apenas na praia; mas nas mais variadas atividades ao ar livre.”

Quanto à queimadura em si, quer seja a solar ou outras – nem que seja uma irritação após a depilação com cera quente – requer cuidados imediatos. Arrefecer a pele, diminuir a inflamação, evitar a exposição solar e tudo o que possa aumentar a irritação e a dor.

Finalizando, António Fernandes Massa lembra ainda que a pele nova que surge após a queimadura é “muito sensível”. É assim fundamental adotarem-se cuidados redobrados.

 


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