ORL e MGF: Aproximar as especialidades no Alentejo e no Algarve

Agilizar o processo e a comunicação entre a ORL e a MGF é o objetivo das 2.as Jornadas de ORL para Medicina Geral e Familiar, que decorrem, hoje, em Évora.

Teresa Queiroz, diretora do Serviço de ORL da ULS Alentejo Central, é a presidente do evento. Em declarações ao SaúdeOnline, lembra que a ideia deste tipo de iniciativa partiu de Ilídio Gonçalves, vice-presidente das Jornadas e diretor do Serviço de ORL da ULS Algarve. “O objetivo foi sempre a aproximação entre ambas as especialidades, porque nem sempre é fácil estabelecer um contacto. Somos poucos otorrinos nesta região, que é muito dispersa e que nem sempre tem boas vias de acesso e de transportes, e se as referenciações forem bem feitas, evitaremos as longas listas de espera”, diz.

A aposta no encontro entre a ORL e a MGF já acontecia no Algarve, com a realização de um curso de dois dias todos os anos, organizado por Ilídio Gonçalves. E o otorrino garante que já se notam diferenças na prática clínica. “A referenciação melhorou e, assim, consegue-se diminuir os casos de neoplasias que já chegam num estadio mais avançado e que, se detetadas precocemente, não teriam um desfecho tão trágico.”

A ideia de convidar o Alentejo a participar neste evento surgiu, segundo explica, por causa das características comuns de ambas as regiões: haver poucos médicos ORL e ser uma região muito vasta, com problemas de acesso a cuidados de saúde.

Ambos são unânimes ao dizer que o doente é beneficiado também por se facilitar a comunicação interpares. “Hoje em dia é tudo à distância, perdeu-se muito o contacto com uns com os outros e, nestes eventos, mais facilmente nos conhecemos e apoiamos”, salienta Ilídio Gonçalves.

Como refere ainda: “É importante também perceber que todos aprendemos uns com os outros nestas ações formativas; não existe uma especialidade de primeira ou de segunda.”

O mesmo pensa Teresa Queiroz: “Sempre aprendi muito com a transdisciplinaridade, que nos permite ver novos horizontes. E a MGF tem a particularidade de nos ajudar muito, porque tem uma visão mais próxima da realidade de cada doente.”

No evento haverá ainda uma homenagem a Maria Mestre, a primeira diretora do Serviço de ORL do Hospital de Évora, que “muito contribuiu” para a implementação da ORL na região alentejana. “Merece todo o nosso apreço, porque foi uma pessoa muito empenhada e de quem todos gostam”, enfatiza a presidente das Jornadas.

A realização do evento continuará a ser anual, mas o local será alternado entre Alentejo e Algarve.

MJG

 

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