Hospital Garcia de Orta cumpre regras de isolamento de doentes

A visita foi decidida após notícias dando conta de que na unidade os doentes infetados com bactérias multirresistentes "estão misturados" com os doentes não estão infetados

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu ontem à tarde um comunicado dando conta das conclusões  do relatório da visita técnica que efetuou ao Hospital Garcia de Orta que confirmam que a unidade de Almada, cumpre as regras de isolamento de doentes infetados, apesar de ter falta de quartos.

“Tanto quanto as condições físicas do hospital permitem, são cumpridas as regras determinadas pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos, em matéria de isolamento de doentes infetados”, assinala o relatório da visita técnica da DGS ao hospital, para avaliação da qualidade e segurança das condições de controlo de infeção.

A visita foi feita ontem, “sem aviso prévio”, entre as 11:00 e as 14:45, depois de o jornal i ter noticiado que, no Hospital Garcia de Orta, os doentes infetados com bactérias multirresistentes, como a E-coli e a Klebsiela, “estão misturados nas mesmas salas com os doentes que não estão infetados e, inclusivamente, com pacientes que foram submetidos a cirurgias”.

No relatório, a DGSaúde sustenta que “não se encontrou evidência que demonstre a veracidade da notícia hoje publicada pelo jornal i”, embora registe que o hospital “apenas possui cinco quartos de isolamento, um dos quais na unidade de cuidados intensivos”.

Segundo a DGSaúde, que cita a direção clínica da unidade hospitalar, seriam necessários mais cinco quartos de isolamento, além dos quatro que já estão a ser criados.

O relatório salienta que as enfermarias do hospital têm três camas, sendo que são transformadas em quartos de isolamento, quando estes estão ocupados, “o que é frequente”, levando ao “desperdício de duas camas” ou à colocação do doente infetado na “cama junto da janela, com bloqueio da cama do meio e separação por cortina”.

Os técnicos da DGSaúde visitaram a unidade de cuidados intensivos, os serviços de internamento de medicina IV e ginecologia.

O relatório enaltece a existência, nos cuidados intensivos, de “normas de procedimento interno em matéria de limpeza e desinfeção de cada unidade de doente e de limpeza e recolha de resíduos sólidos”.

No entanto, observa que nem sempre um doente está informado de como se deve proteger da transmissão da infeção, quando partilha uma enfermaria com um paciente infetado.

“Interrogado um doente que partilha uma enfermaria com um doente infetado, aquele não possuía informação de como se proteger da transmissão de infeção”, refere a DGSaúde.

A administração do Hospital Garcia de Orta alegou hoje, em comunicado, que “todos os procedimentos de prevenção e controlo de infeção estão a ser cumpridos na instituição”, negando a colocação de doentes recém-operados em enfermarias onde estejam pacientes infetados.

SO/LUSA

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