ONUSIDA revela novos objetivos de combate ao VIH para 2025
ONUSIDA apela aos países para intensificaram a ação global contra o VIH, com novas metas “ambiciosas, mas alcançáveis” para 2025. Objetivos para 2020 não serão cumpridos.
A ONUSIDA apelou aos países para intensificaram a ação global contra o VIH, com novas metas “ambiciosas, mas alcançáveis” para 2025, em relatório divulgado antes do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, a 01 de dezembro.
A resposta mundial à SIDA não estava no caminho certo, mesmo antes de pandemia da covid-19, mas a propagação do novo coronavírus criou contratempos adicionais, observou a agência das Nações Unidas dedicada à luta contra essa doença.
Os objetivos para 2020 não serão cumpridos – mesmo que alguns países da África subsaariana, como o Botswana e Essuatíni (Suazilândia), os tenham ultrapassado.
Essas metas de 2020 resumem-se pela fórmula 90-90-90: que 90% das pessoas com VIH saibam do seu estado, que 90% delas estejam em tratamento e, destas, 90% tenham carga viral indetetável.
Atualmente, 38 milhões de pessoas vivem com o VIH e mais de 12 milhões aguardam tratamento, que agora salva vidas. Em 2019, 1,7 milhões de pessoas foram infetadas pelo VIH e 690.000 morreram de doenças relacionadas com a SIDA.
“O fracasso coletivo em investir o suficiente em respostas abrangentes ao HIV, baseadas em direitos e centradas nas pessoas, teve um preço terrível”, afirmou Winnie Byanyima, diretora executiva da ONUSIDA.
“Para voltar a colocar a resposta mundial no caminho certo, é necessário colocar as pessoas em primeiro lugar e combater as desigualdades nas quais as epidemias prosperam”, acrescentou.
Novas metas de despistagem “95-95-95” devem ser alcançados em subpopulações e em todas as faixas etárias
Os objetivos propostos para 2025 baseiam-se, particularmente, nas pessoas de maior risco e mais marginalizadas – mulheres e meninas, adolescentes, profissionais de sexo, pessoas transgénero, consumidores de drogas injetáveis e homossexuais, sublinhou a ONUSIDA.
Também se prevê que 95% das pessoas em risco tenham acesso a opções de prevenção apropriadas (preservativos, medicamentos, etc…), que 95% das mulheres seropositivas grávidas ou em amamentação tenham uma carga viral sanguínea indetetável graças ao tratamento e que 95% das crianças expostas ao HIV sejam testadas até 2025.
Do ponto de vista social, este programa implica “objetivos antidiscriminação para que menos de 10% dos países tenham leis e políticas punitivas, menos de 10% das pessoas que vivem e são afetadas pelo VIH sofram de estigma e discriminação, e menos de 10% sejam vítimas de desigualdades de género e violência”.
O acesso de pelo menos 90% das pessoas seropositivas e de pessoas de risco aumentado de infeção pelo VIH a serviços de atendimento para outras doenças transmissíveis (como a tuberculose) ou não transmissíveis (diabetes, doenças cardiovasculares, etc…), assim como a gestão de transtornos mentais e de violência sexual, é também um desses objetivos principais.
Em junho de 2020, pelo menos 26 milhões de pessoas estavam em tratamento para o VIH, um aumento de apenas 2,4% em relação ao final de 2019, de acordo com as estimativas apresentadas pela ONUSIDA.
De acordo com a ONUSIDA, podem existir entre 123.000 a 293.000 infeções suplementares por VIH e entre 69.000 a 148.000 mortes adicionais relacionadas com a SIDA entre 2020 a 2022.
SO/LUSA