2 Jun, 2022

Projeto que quer sensibilizar profissionais de saúde para dificuldades de pessoas trans é um dos vencedores das Bolsas de Cidadania Roche

Pretende desenvolver ações de sensibilização junto dos profissionais de saúde “para as barreiras existentes no acesso aos serviços de saúde que são percecionadas e vivenciadas por pessoas trans”. Bolsas premiaram mais cinco projetos.

O projeto Anémona, de defesa e promoção dos direitos de pessoas transgénero e não binárias nos cuidados de saúde é um dos vencedores (5 mil euros) das Bolsas de Cidadania Roche 2022. Pretende desenvolver ações de sensibilização junto dos profissionais de saúde “para as barreiras existentes no acesso aos serviços de saúde que são percecionadas e vivenciadas por pessoas trans”.

Um projeto que pretende promover uma cultura de estratégias municipais para a saúde e outro para melhorar o estado nutricional de pessoas que precisam de alimentação assistida são outros dos vencedores.

Das 42 candidaturas recebidas às Bolsas de Cidadania, que pretendem fomentar a participação dos cidadãos nos processos de decisão em saúde e a informação dos doentes sobre os seus direitos, assim como a sua participação nas decisões individuais de tratamento, foram selecionadas seis, que receberão um total de 60 mil euros de apoio.

O projeto “Âmago – Rede Intergeracional de Inovação para a Saúde”, que pretende promover uma cultura de estratégias municipais para a saúde, desenvolvendo instrumentos de diagnóstico que permitam aos municípios definir com exatidão o seu Perfil Municipal de Saúde, vai receber uma bolsa de 20 mil euros.

Em comunicado, a empresa farmacêutica explica que este projeto, numa segunda fase, “ambiciona criar uma rede intergeracional de trabalho colaborativo entre jovens em idade escolar e idosos”. O objetivo é desenvolver soluções inovadoras na gestão de doenças de maior incidência ao nível municipal.

“No âmbito de projetos em Évora, Matosinhos, Porto ou Esposende, os promotores do Âmago concluíram que há uma grande necessidade de obter respostas que envolvam adolescentes e idosos, potenciando a sua interação e espírito crítico para os dois grupos etários”, refere a nota.

Outro dos projetos premiados foi o “Comida e Dignidade”, apresentado pelo Abrigo Centro de Solidariedade Social de São João de Ver (Santa Maria da Feira) e que quer proporcionar “às pessoas com dependência uma alimentação assistida digna”.

O objetivo deste projeto, que receberá um total de 15 mil euros, é melhorar o estado nutricional das pessoas que precisam de alimentação assistida e formar cuidadores informais, famílias e cuidadores profissionais para práticas de alimentação assistida baseadas na humanidade e na dignidade.

Responder às necessidades dos cuidadores e de pessoas com esclerose múltipla, com “respostas sociais e de saúde humanizadas, centradas na qualidade de vida“, é o objetivo do projeto “Cuidar, Apoiar e Domiciliar”, apresentado pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla e que receberá 10 mil euros.

A iniciativa passa por desenvolver competências nos cuidadores que estejam ligadas ao auxílio na realização das atividades de vida diárias das pessoas com esclerose múltipla. Outra vertente é promover o bem-estar físico e psicológico das pessoas com esclerose múltipla e cuidadores.

O júri selecionou ainda na edição deste ano o projeto apresentado pela Associação de Síndromes Excecionalmente Raras de Portugal – “Juntos Somos Menos Raros” –, que pretende facultar informação credível, atualizada e em português sobre doenças raras.

A bolsa de 5 mil euros que a associação receberá vai ajudar a traduzir para língua portuguesa informação proveniente de fontes internacionais credíveis acerca das várias doenças representadas pela organização, bem como fomentar a partilha de experiências com outros doentes raros e facilitar o acesso à participação em estudos científicos desenvolvidos noutros países.

O sexto projeto selecionado – “Bússola” – foi apresentado pela Casa do Povo de Fermentões (Guimarães) e pretende responder às situações de vulnerabilidade social, emocional e económica de pessoas LGBTI+, famílias e vítimas de violência de género.

A intenção é conferir a estas pessoas acesso à satisfação das necessidades básicas e de serviços, como alojamento, medicação, consultas médicas e acompanhamento psicossocial especializado.

Entre os membros do júri das Bolsas de Cidadania deste ano estão nomes como Graça Freitas (diretora-geral da Saúde), Maria de Belém Roseira (antiga ministra da Saúde) e Maria do Céu Machado (médica e ex-presidente do Infarmed).

SO/LUSA

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