30 Mar, 2017

Pata d’Açucar: quando os cães são treinados para ajudar diabéticos

A Associação Pata d'Açucar - Medical Dogs for Diabetics criou um projeto inovador, em Portugal, que visa potenciar as capacidades olfativas dos cães na deteção e sinalização de hipoglicémia no doente diabético e, ao mesmo tempo, reduzir a taxa de abandono destes animais

O projeto “Pata d’Açucar” abre novos horizontes no que diz respeito ao autocontrolo dos níveis de glicémia por parte do doente diabético, dando relevo à importância do cão, quando devidamente treinado ao nível do olfato apurado, como um animal de companhia importante na deteção antecipada de possíveis episódios de hipoglicémia. Um projeto que, ao mesmo tempo, pretende contribuir para a diminuição da taxa de abandono destes animais no nosso país.

Em Portugal, quase um milhão de portugueses com mais de 30 anos de idade sofre de diabetes, doença que mata mais de 12 pessoas por dia, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este primeiro relatório da OMS, divulgado em abril de 2016, mostrou que a prevalência da patologia tem vindo a aumentar nas últimas décadas em Portugal, estimando-se que 9,2% dos portugueses (aproximadamente 952 mil pessoas) sofram desta doença, predominantemente homens (10,7%), mas também mulheres (7,8%).

O projeto, com o mote “Ajude-nos a ajudar, por uma Diabetes melhor”, arrancou em dezembro de 2016 e procura ajudar o doente diabético no controlo diário da autogestão da glicémia, tendo por base três características do cão que são determinantes na concretização do seu objetivo prático: além de ser um animal de companhia muito importante, o aproveitamento das suas capacidades olfativas inatas e a capacidade final, após o treino especializado, em detetar e sinalizar as baixas de glicemia através da saliva do doente diabético (sobretudo no período da noite) fazem com que seja o animal perfeito para este tipo de doente.

O olfato é o sentido mais importante do cão e, neste campo, é muito mais elevado que nos restantes animais: o seu nariz tem um vasto conjunto de fendas permanentes que podem variar de animal para animal e que são consideradas como impressões digitais caninas. O cão tem 30 vezes mais sensores de olfato que o Homem, realidade que leva a considerar este animal de estimação uma “ferramenta” muito poderosa e de elevada utilidade para o doente diabético.

A empresa farmacêutica Abbott, que disponibiliza sistemas de monitorização inovadores para o controlo e gestão da diabetes no mercado nacional, estabeleceu uma parceria com a Associação, através da qual irá apadrinhar um cão, no âmbito do projeto.

Neste momento, o “Pata d’Açucar” encontra-se na segunda fase de implementação, a qual terá a duração aproximada de um ano e envolve três momentos distintos. No primeiro momento, foi feita a seleção de instituições beneficiárias onde foram resgatados dois animais após uma seleção exaustiva das suas capacidades e feita, também, a seleção das empresas que estão a apadrinhar estes dois animais, das quais o Abbott faz parte. Depois, será feito o treino e certificação dos dois cães pela Associação Pata D’ Açúcar – Medial Dogs for Diabetics. E por fim, no terceiro momento, será feita a entrega para tutela, a partir de 20 de dezembro de 2017, dos animais treinados a dois doentes diabéticos, sem qualquer custo para os mesmos.

Comunicado de Imprensa/SO/SF

 

 

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