6 Mai, 2021

Número de abortos subiu em 2019 depois de vários anos em queda

Em Portugal, foram realizados 15 264 abortos em 2019, mais 336 dos que foram registados no ano anterior.

Segundo os dados do Eurostat, citados pelo Jornal de Notícias, o número de interrupções involuntárias da gravidez (IGV) em Portugal subiu em 2019 (15 264) face ao ano de 2018 (14 928), o que contraria a tendência de queda que se tem vindo a registar desde 2011, ano em que foram realizados 20 480 abortos.

De acordo com o relatório do Gabinete de Estatísticas da União Europeia, a faixa etária entre os 20 e os 24 anos registou um aumento de 162 abortos em comparação com 2018, registando um total de 3514 em 2019. Também as mulheres entre os 35 e os 39 aumentaram o número de abortos (mais 66 para 2 585), tal como a faixa entre os 15 e os 19, que registou mais 43 (para 1361). Com 50 anos ou mais, foram realizados 4 abortos, face aos 0 registados no ano anterior.

Por outro lado, houve menos abortos na faixa dos 25 aos 29, uma vez que se registou uma diminuição de 150 IGV face a 2018 (3580). Também se registaram menos intervenções no grupo que vai até aos 15 anos (42). O mesmo se verificou no grupo de mulheres entre os 40 aos 44 (menos 76 para 1165) e entre os 45 aos 49 (menos 24 para 107).

Tornou-se possível confirmar que cerca de 44,6% das mulheres que interromperam a gravidez, de modo voluntário, ainda não tinham tido nenhum filho. No entanto, as que tinham tido três ou mais foram as que menos optaram por este procedimento.

Segundo o membro do Grupo de Estudos da Saúde da Mulher da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Vera Silva, estes números revelam a necessidade de “aumentar a literacia da saúde e a educação da população para o planeamento familiar”, para que as pessoas conheçam um “método contracetivo que se adeque às suas necessidades”.

Ainda assim, esta adianta que os dados podem englobar as mulheres estrangeiras que optam por realizar estes procedimentos no nosso país, porque “cá é legal fazer abortos a estrangeiras”. Deste modo, reforça que esta subida não deve estar associada à eventual redução de consultas focadas no âmbito do planeamento familiar ou na distribuição de contracetivos gratuitos.

SO

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