20 Jun, 2023

FNAM lamenta cancelamento de reunião e acusa Governo de amadorismo

A Federação Nacional dos Médicos lamenta que a reunião negocial tenha sido cancelada a 11 dias do fim das negociações, e alerta que a greve anunciada para os dias 5 e 6 de julho “é cada vez mais uma inevitabilidade, face à incapacidade do Ministro da Saúde em responder aos apelos dos médicos e dos seus doentes.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou estranho o Ministério da Saúde ter cancelado a reunião marcada para hoje, sublinhando que esta decisão e a falta de propostas revelam “algum amadorismo” do ministro em relação aos parceiros sociais.

A FNAM lamenta em comunicado que a reunião negocial que estava marcada para as 11h00 no Ministério da Saúde, em Lisboa, tenha sido cancelada a 11 dias do fim das negociações, e alerta que a greve anunciada para os dias 05 e 06 de julho “é cada vez mais uma inevitabilidade, face à incapacidade do Ministro da Saúde em responder aos apelos dos médicos e dos seus doentes”.

“O Ministério da Saúde cancelou a reunião negocial prevista para o dia 20 de junho, a poucas horas de a mesma se realizar. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) vê com estranheza, e mesmo alguma ‘tristeza’, este cancelamento, a menos de duas semanas da data limite do protocolo negocial”, afirma a federação de sindicatos no comunicado.

A FNAM adianta que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, manifestou “estranheza e até tristeza” com o anúncio da greve de 5 e 6 de julho, por parte dos médicos, “mas nada fez para o evitar”.

“Em 14 meses de negociações e 17 reuniões negociais, não apresentou nem uma proposta concreta de atualização das grelhas salariais ou de um muito propagandeado e muito vago regime de dedicação para os médicos. Agora, vem cancelar mais uma reunião negocial”, lamenta.

Para a FNAM, “o histórico de cancelamento de reuniões e a falta de propostas revelam algum amadorismo por parte do Ministro da Saúde em relação aos seus parceiros sociais” e adverte que, “num momento em que se agudiza a falta de médicos nos centros de saúde e nos serviços de urgência, esta atitude demonstra uma clara fragilidade e falta de capacidade política em resolver os problemas”.

“Em vez de negociar, o Ministro da Saúde prefere encerrar serviços, numa medida cosmética para evitar revelar o inevitável: que a falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde é da sua responsabilidade”, conclui a FNAM.

As negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas as matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do SNS no protocolo negocial.

Em cima da mesa estão, assim, as normas particulares de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais.

No início de março, os médicos realizaram uma greve de dois dias para exigir a valorização da carreira e das tabelas salariais, convocada pelos sindicatos que integram a FNAM, mas que não contou com o apoio do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que se demarcou do protesto, alegando que não se justificava enquanto decorrem negociações.

 

LUSA

Notícia relacionada 

Estatuto das ordens põe “em perigo SNS”, diz FNAM

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais