3 Out, 2023

Escola de Saúde Pública desafia 50 instituições para criarem soluções inovadoras

A Escola Nacional de Saúde Pública desafiou mais de 50 instituições para, em conjunto, identificarem desafios e oportunidades de atuação em saúde pública, fazer recomendações e implementar soluções inovadoras com impacto positivo para as políticas e intervenções nesta área.

Além das instituições de diversos setores, a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA) reúne hoje, na conferência “Liderar o caminho para um futuro saudável – Inovação ao serviço da saúde pública”, governantes, líderes, profissionais, especialistas, investidores, associações de doentes e cidadãos.

“A Escola Nacional de Saúde pública reconhece, aliás, como outros parceiros, que o sistema de saúde com os modelos atuais de atuação terá mesmo muita dificuldade em responder aos desafios da saúde pública atuais e da próxima década e foi nesse contexto, com o mote de que é urgente encontrar novas soluções, que se insere esta iniciativa promovida ENSP NOVA para liderar o caminho para um futuro saudável e a inovação ao serviço da saúde pública”, disse à agência Lusa a diretora da instituição, Sónia Dias, adiantando que a conferência tem mais de mil inscritos.

A escola desafiou mais de 50 instituições para “num processo colaborativo e de liderança partilhada identificar, por um lado, os desafios e oportunidades de ação e por outro lado, (…) como colocar a tónica na ação, implementando soluções inovadoras que tenham um impacto positivo na saúde das populações e na sustentabilidade dos sistemas de saúde e da sociedade como um todo”.

Segundo Sónia Dias, as recomendações serão em quatro temas centrais do futuro da saúde pública: Políticas e sistemas de saúde, Força de Trabalho Saudável, Comunidades Saudáveis, Saúde e Inovação Sustentável. “Partimos da ideia de que há dois pilares fundamentais para abordar estes desafios de grande complexidade, um a inovação, com novas formas de pensar os velhos e os novos problemas, e a outra a colaboração multissetorial que foi claramente uma lição aprendida na pandemia e que gostaríamos que não fosse esquecida”, defendeu.

O painel dedicado às políticas e sistemas de saúde recomenda que devem ser asseguradas políticas promotoras de saúde e incorporar de forma positiva a tecnologia e a inovação nos sistemas de saúde, promovendo a colaboração entre as diferentes organizações e setores, assegurando a centralidade do cidadão, o acesso universal e garantindo a sustentabilidade financeira do sistema.

“Depois procuramos também na força de trabalho saudável a existência de uma transformação ocupacional, laboral e empreendedora no setor da saúde, realçando, por exemplo, a necessidade de identificar competências essenciais para os novos profissionais de saúde na sua preparação para o futuro”, disse a investigadora.

Na área das comunidades saudáveis, a escola pretende “reforçar políticas públicas e intervenções que promovam ambientes saudáveis e modelos de atuação com parcerias intersetoriais, mas claramente que coloquem os cidadãos no centro dos processos de tomada de decisão, sendo também muito importante uma especial atenção aos grupos que experienciam maiores vulnerabilidades”.

Por último, a questão da inovação e da sustentabilidade “baseia-se na construção de um ecossistema assente em três grandes áreas: abordagem colaborativa entre todos os setores e atores para criação de sinergias, investigação e inovação tecnológica e uma liderança partilhada e eficaz”.

A materialização desta iniciativa estender-se-á à elaboração de um ‘White Paper’, um guia de inovação para o futuro da saúde pública, “com propostas concretas e soluções inovadoras que reforcem este ecossistema de inovação (…) mas também com ousadia de querermos reforçar a posição que Portugal tem enquanto modelo de referência em saúde pública na Europa”.

A conferência está inserida nas comemorações do 50º aniversário da Universidade Nova de Lisboa e celebra também o 55º aniversário da ENSP.

LUSA

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