Conferência anual da APLL. Especialistas analisam novos tratamentos para doenças do sangue

Que novos tratamentos estão a surgir no campo das doenças oncológicas do sangue? E que importância assumem estas novas terapêuticas para doentes, familiares ou para o público em geral? Estes são alguns dos temas que estarão em análise na conferência da APLL, que se vai realizar na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

O evento vai receber vários especialistas que irão analisar a evolução destas doenças de modo a tentar perceber qual pode ser o futuro no que diz respeito à prevenção, diagnóstico ou tratamento das doenças oncológicas do sangue.

Isabel Barbosa, presidente da APLL vai iniciar a sessão de boas-vindas, e de seguida ocorrerá a intervenção de Herlander Marques, médico oncologista com experiência no tratamento de doentes com patologias do sangue, sendo também um dos fundadores da APLL. O especialista irá abordar o “impacto da imunoterapia neste admirável mundo novo”, pode ler-se em comunicado divulgado.

De seguida, seguem-se as intervenções de Filipa Iglésias, Sérgio Chacim, Mariana Trigo Miranda e Catarina Dantas, médicos que trabalham em serviços de hematologia e que contam com experiência na utilização destes novos tratamentos.

A intervenção de Filipa Iglésias irá centrar-se no tema “Leucemia Linfocítica Crónica: Promessa ou realidade?”. Para além disso, a especialista “irá explicar que, através do desenvolvimento de novas técnicas moleculares e ensaios clínicos, foi possível uma melhor compreensão da biologia da LLC, o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos e, consequentemente, uma melhoria progressiva da eficácia dos tratamentos”. Atualmente, “estão disponíveis novas terapêuticas que demonstram ter um impacto preponderante na melhoria da qualidade de vida e sobrevida global dos doentes”, escreve a APLL em comunicado.

Mariana Trigo Miranda irá abordar “os princípios da imunoterapia e terapia celular, novos fármacos aprovados para mieloma múltiplo com foco nos anticorpos monoclonais, conjugados anticorpo-fármaco, fármacos biespecificos e terapeutica com células CAR-T”. A médica vai ainda deixar uma reflexão relativamente ao “papel destes fármacos no panorama atual, quais os doentes elegíveis e as perspetivas de futuro”.

Já Catarina Dantas centrará a sua apresentação na leucemia linfoblástica aguda, com foco nas novas terapêuticas de imunoterapia disponíveis para o tratamento e no modo como estas utilizam o sistema imunológico do doente para ajudar a combater a doença. A especialista abordará, ainda, o papel do transplante de medula óssea.

Sérgio Chacim ficará encarregue do tema “Linfomas – Anticorpos Biespecíficos ou Células CAR-T”, colocando em confronto duas tecnologias usadas no tratamento dos linfomas apenas aplicadas em casos restritos.

Isabel Barbosa, presidente da APLL, afirma que “esta conferência assume uma relevância acrescida pelo facto de abordar algumas doenças oncológicas do sangue, apresentando, também, novas terapêuticas”. E acrescenta: “Apenas em 2022, estima-se que foram diagnosticados cerca de 5 mil novos cancros de sangue. É, por isso, crucial continuarmos a apostar na investigação nesta área”.

CG

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