14 Jul, 2022

Atraso nas medidas compromete as urgências de obstetrícia em agosto

Medidas relativas ao pagamento aos médicos do quadro e aos médicos tarefeiros ainda não são conhecidas e são "urgentes", alerta Diogo Ayres de Campos, que coordena a comissão de Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia.

O atraso na implementação de medidas para resolver os constrangimentos das urgências de ginecologia/obstetrícia pode comprometer as escalas de agosto, avança o JN, o que pode levar ao encerramentos destes serviços um pouco por todo o país.

O plano de contingência para o verão já foi anunciado há um mês, mas falta ainda avançar com a remuneração extra dos médicos que fazem urgências no hospital onde trabalham e anunciar o valor por hora a pagar aos prestadores de serviço e aos médicos do quadro pelos horas extra. Inicialmente, a ministra da Saúde tinha anunciado, em 22 de Junho, que ia aumentar o valor do pagamento aos médicos do quadro para os 50 euros por hora extraordinária a partir das 150 horas extra realizadas. Perante o desacordo dos sindicatos, a tutela ainda não decidiu o valor final.

A Comissão de Acompanhamento e Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e blocos de parto, liderada pelo obstetra Diogo Ayres de Campos, propôs o pagamento de 62,5 euros por hora, mas só nos hospitais do Algarve, os mais carenciados no Verão. Mas a verdade é que as decisões tardam e são urgentes, numa altura em que faltam poucos dias para se iniciar a elaboração das escalas para agosto, um mês particularmente crítico.

É um momento decisivo”. “Estamos a uma semana de ter os mapas de agosto e as medidas relacionadas com pagamentos são urgentes”, refere o especialista.

Em junho, pelo menos 84 mulheres grávidas não tiveram os filhos no local que tinham previsto porque foram transferidas para outro hospital. Tal cenário deveu-se ao encerramento temporário de vários serviços de urgência de Obstetrícia. Trata-se de um “número acima do habitual e muito elevado para um país europeu”, sublinha Diogo Ayres de Campos, ao Público.

E ressalve-se que este número não inclui grávidas que foram encaminhadas diretamente pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) para outros hospitais. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que transferiu mais grávidas – 54 -, com o Hospital de São Francisco Xavier a liderar a lista de unidades hospitalares que mais doentes encaminharam para outras por falta de resposta.

SO

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