8 Jan, 2024

Uroginecologia. “A nossa intenção de implementar a subespecialidade já data de 2012”

A 202.ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia decorre já no próximo dia 12 de janeiro, em Cascais. Um dos temas que vão ser abordados é a importância da subespecialidade de Uroginecologia, como nos conta Bercina Candoso, presidente da Secção Portuguesa de Uroginecologia (SPUG) da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.

O que podemos esperar da Reunião?

Esta reunião pretende expor de forma dinâmica  várias vertentes da  Uroginecologia, com relevância para os avanços na área da formação, diagnóstico, prevenção e tratamento das disfunções do pavimento pélvico.

 

Na sua conferência vai falar sobre “Subespecialidade finalmente”. Quais serão as principais mensagens?

Na realidade, a nossa intenção de implementar a subespecialidade dentro do Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia já data de 2012. Houve sempre obstáculos  a tornar esta nossa pretensão, realidade, motivada essencialmente pela necessidade  do Colégio da Ordem de Ginecologia e Obstetrícia em consultar o Colégio de Urologia. Na  última tentativa por parte da atual Direção da SPUG, que assumiu isso como seu desígnio, obtivemos  uma resposta pouco edificante e que em nada dignifica quem a redigiu  e que mais uma vez veio adiar a persecução deste título, para quem tanto tempo e empenho pôs na melhoria da qualidade de vida das mulheres que sofrem destas patologias.

Neste momento, com a publicação em Diário da República do Regulamento da Ordem dos Médicos Nº 951/2022 de 13 de outubro, está bem explícito que a  subespecialidade é uma área de saber específico de uma especialidade;  que a área de saber deve corresponder a atribuições e competências técnico-científicas e que a criação de secção de subespecialidade é proposta pela Direção do Colégio da Especialidade. Por estes motivos, penso que será a altura ideal para avançarmos e dar disso conhecimento a toda a comunidade que se dedica à área  em questão e que seguramente não deixará de estar presente na nossa reunião.

“… nos requisitos impostos para a obtenção do título de subespecialista em Uroginecologia implica a prática regular dentro desta subespecialidade de pelo menos 5 anos”

Olhando para os últimos tempos, quais são os principais desafios da Uroginecologia em termos médico-cirúrgicos?

Formação adequada no diagnóstico das diversas disfunções do pavimento pélvico e aquisição de ferramentas para o domínio de todas as técnicas e vias de abordagem que o tratamento das mesmas requer. Por isso, nos requisitos impostos para a obtenção do título de subespecialista em Uroginecologia implica a prática regular dentro desta subespecialidade de pelo menos 5 anos.

 

E ao nível formativo?

O Interno da especialidade ou o jovem Especialista que pretende diferenciação nesta área terá de apostar não só nas técnicas cirúrgicas pelas diferentes vias de abordagem que um Uroginecologista tem de dominar, mas também no estudo das disfunções miccionais, obtendo certificação em Urodinâmica. Na Imagiologia será do interesse de qualquer Instituição e dos próprios Uroginecologistas que nela trabalham que existam elementos diferenciados  em  Ecografia do pavimento pélvico.

 

“Momentos da psicossomática – Contração aspirativa da parede abdominal inferior” é o tema da conferência de encerramento. Porquê este tema?

Esta última conferência foi proposta pelo Professor Martinez de Oliveira e que nós, conhecendo a sua excelente dialética, forma de expor e o seu interesse pela psicossomática, abraçámos de imediato. Constituirá uma surpresa para todos, seguramente muito gratificante, a forma como vai adaptar a psicossomática à área de Uroginecologia.

MJG

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