5 Set, 2022

Quase 30 diretores clínicos preocupados com “atual estado da gestão” dos hospitais

Responsáveis enviaram carta à ainda ministra da Saúde onde dizem estar disponíveis "para participar na mudança", mas exigem "meios e o respeito, proporcionais às competências e às responsabilidades" que têm.

Um grupo expressivo de diretores clínicos hospitalares (27 ao todo, mais de metade dos existentes em Portugal) enviaram uma carta à ainda ministra da Saúde Marta Temido onde expressam preocupação com o “atual estado da arte da gestão clínica”, avança o jornal Público.

“Os diretores clínicos expressam assim a sua preocupação com o atual estado da arte da gestão clínica e reafirmam ao Ministério da Saúde a sua disponibilidade para participar na mudança, certos de que o seu papel no SNS é imprescindível, mas determinados a exigir os meios e o respeito, proporcionais às competências e às responsabilidades”, lê-se na missiva.

Os responsáveis mostram também solidariedade para com a médica Filomena Rodrigues, diretora clínica demissionária do Centro Hospitalar do Oeste, e que se demitiu na sequência do relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, que aponta falhas na assistência feita pela médica à mulher grávida que acabou por perder o bebé no Hospital das Caldas da Rainha. “Suportou publicamente, isolada, as eventuais responsabilidades da sua instituição”, dizem.

Os diretores clínicos que assinam a carta à ministra criticam também a publicitação do relatório da IGAS que, acusam, “veio lançar sobre os profissionais do Centro Hospitalar do Oeste um manto de desonra”. Alertam também para a falta de médicos nas escalas dos serviços.

“Quando se vive num clima organizacional dissociativo, em que não há médicos suficientes nos quadros de pessoal dos serviços, a demografia médica afasta muitos deles da obrigação de cumprir serviço de urgência e o direito do trabalho estabelece limites tangíveis para a prestação de trabalho suplementar, as direções clínicas e as direções de serviço ficam reféns da disponibilidade de terceiros e da absoluta imponderabilidade para garantir escalas de urgência”, lê-se ainda na carta.

SO

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