OMS apoia medicina tradicional nos cuidados de saúde desde que suportada pela ciência
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, a medicina tradicional pode desempenhar "um papel importante e catalisador" para alcançar a cobertura médica universal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apoiou a incorporação das práticas da medicina tradicional, como ioga, acupuntura ou meditação, nos cuidados de saúde desde que suportadas por provas científicas.
“Incorporar a medicina tradicional na corrente principal dos cuidados de saúde de forma adequada, eficaz e, sobretudo, segura, com base nas provas científicas mais recentes, pode ajudar a preencher as lacunas de acesso de milhões de pessoas em todo o mundo”, sustentou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS anunciou a realização de uma cimeira mundial sobre medicina tradicional para 17 e 18 de agosto, na Índia, com a participação dos ministros da Saúde dos países do G20 (19 maiores economias do mundo e União Europeia), de cientistas, profissionais da saúde e da medicina tradicional e organizações da sociedade civil.
A cimeira, que se realiza no Estado indiano de Gujarat, onde a OMS já constrói um Centro Global para a Medicina Tradicional, visa abordar formas de “ampliar os avanços científicos e aproveitar o potencial dos conhecimentos baseados em provas” e prestará especial atenção à biodiversidade e aos conhecimentos indígenas, suportes fundamentais da medicina tradicional.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, a medicina tradicional pode desempenhar “um papel importante e catalisador” para alcançar a cobertura médica universal.
A OMS lembra que a medicina tradicional está enraizada em muitas partes do mundo, onde tem “um papel na cultura, saúde e no bem-estar de muitas comunidades”, sendo para milhões de pessoas a “única fonte disponível de cuidados de saúde”.
De acordo com a OMS, qualquer recomendação que a organização faça sobre o uso da medicina tradicional deve basear-se em conhecimentos científicos independentes.
De futuro, a OMS irá promover uma cimeira sobre esta temática a cada dois anos.
Segundo a OMS, 170 dos 194 Estados-membros da organização reportaram o uso de ervas medicinais, acupuntura, ioga, terapias indígenas e outras práticas, reconhecidas por muitos países como “fonte valiosa de cuidados de saúde”, ao ponto de terem adotado medidas para “integrar práticas, produtos e profissionais nos seus sistemas nacionais” de saúde.
A segunda Estratégia de Medicina Tradicional da OMS, que expira este ano, foca-se na elaboração de normas, padrões e documentos técnicos para apoiar os Estados-membros na prestação de serviços de medicina tradicional e complementar “seguros, qualificados e eficazes” e a sua “integração adequada nos sistemas de saúde”.
Em maio, os Estados-membros da OMS pediram a atualização da estratégia, para o período 2025-2034, que terá por base dados do terceiro relatório global sobre medicina tradicional, a divulgar no final do ano.
LUSA
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