Encontro Renal 2023. Especialistas juntam-se para debater desenvolvimentos na doença renal

José António Lopes, diretor do Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal do Hospital de Santa Maria e presidente do Encontro Renal 2023, afirma que o programa do congresso “é bastante diversificado”. “Acreditamos que vai ser do agrado dos participantes”, pode ler-se em comunicado.

“Foi considerado, em cada um dos momentos, o que de mais relevante vai sendo feito no dia-a-dia na prática nefrológica, mesmo em termos mundiais”. Também por esse motivo, o clínico opta por não mencionar hot topics, “uma vez que todos os temas escolhidos são muito importantes, com facetas muito diferentes entre eles e todos muito apelativos”.

Temas como a doença renal crónica e a diálise domiciliária serão alvo de destaque no evento, com um foco no “empoderamento que deve ser dado ao doente para a realização de diálise a nível domiciliário, seja diálise peritoneal ou hemodiálise”. Neste âmbito, “focaremos também o papel importante que o exercício físico tem atualmente na modelação quantitativa e qualitativa do doente renal crónico”, refere o presidente do congresso.

Também a transplantação renal, uma área que se encontra em investigação, será abordada. Neste âmbito será realizada uma mesa-redonda com o intuito de abordar as estratégias que podem surgir para melhorar a atividade funcional renal e que podem resolver a escassez de órgãos relativamente ao grande número de doentes que necessitam de transplante: a xenotransplantação.

A inteligência artificial aplicada na Nefrologia será também alvo de destaque, nomeadamente através de uma mesa-redonda. José António Lopes afirma que está área “provavelmente será, num futuro não muito distante, uma forte arma que nos possibilitará um diagnóstico mais precoce e até uma terapêutica mais adequada e mais eficaz”.

Questões como a imunonefrologia, a genética e a nefro-obstetrícia serão abordadas no segundo dia do Encontro Renal 2023. Dentro da área da imunonefrologia Alan Salama, “uma referência no campo das vasculites, não só em termos de investigação, como no domínio da prática clínica” marcará presença.

Em colaboração com a área da Medicina Geral e Familiar, o último dia do evento acolhe uma sessão dedicada à discussão da microalbuminúria no diagnóstico precoce da doença renal crónica. “Esta interação entre as duas especialidades é muito importante nos dias que correm sendo fundamental para o manejo do doente renal”, refere José António Lopes.

CG

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