Cuidados intensivos. Profissionais de saúde rejeitam que idade seja fator decisivo
Grande maioria dos inquiridos considera que a idade dos doentes não deve determinante na priorização dos doentes a tratar face à possível escassez de meios.
A “esmagadora maioria” dos profissionais e investigadores do setor da saúde concorda que devem existir critérios éticos para a admissão de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos, caso venha a ocorrer uma situação de escassez de recursos.
Este é um dos resultados preliminares de um inquérito realizado na Faculdade de Medicina da Universidade o Porto (FMUP) e no CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, divulgado hoje, mas que será estendido a todas as Escolas Médicas nacionais, durante os próximos dias.
O trabalho indica que 93% dos inquiridos concordam que a idade não pode ser considerada como o único elemento de decisão.
Coordenado por Rui Nunes (professor da FMUP e especialista em Bioética) e Altamiro Costa-Pereira (diretor da FMUP), o estudo foi realizado em tempo recorde.
O objetivo é dar resposta a uma série de perguntas que já foram colocadas noutros países, como Espanha e Itália, face à desproporção de doentes graves e muito graves com covid-19 a necessitarem de cuidados intensivos face aos meios disponíveis para os tratar, refere a FMUP, em comunicado.
Inquiridos 350 profissionais e cientistas
Dos mais de 350 profissionais e investigadores de saúde que responderam ao inquérito ‘online’, 91% consideram que, para além dos critérios clínicos, devem existir “critérios éticos universais, explícitos, t