Causas, sintomas, como prevenir e opções de tratamento da DPOC
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é causada por vários fatores.
Autores: Elga Freire1, Rita Sampaio Santos2, Joana Mirra1, Júlia Alves1
1 Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Porto
2 Interna de Medicina Geral e Familiar do ACeS Gondomar
O fumo do tabaco é o principal fator de risco ambiental. Outros tipos de tabaco (cachimbo), a marijuana, a exposição passiva ao fumo do tabaco e a exposição ocupacional a poeiras orgânicas e inorgânicas e a agentes químicos também são fatores de risco para esta doença. Outros fatores como fatores genéticos, fatores associados ao desenvolvimento dos pulmões, a existência de asma e infeções respiratórias também podem estar associados.
Estes agentes provocam inflamação crónica das vias respiratórias o que leva à sua obstrução e destruição dos pulmões, com diminuição da elasticidade pulmonar e redução da superfície pulmonar capaz de fazer as trocas gasosas (de oxigénio por dióxido de carbono).
A DPOC causa sintomas respiratórios crónicos e progressivos, como a falta de ar, tosse, expetoração, cansaço com a atividade física e pieira (“chiadeira”). Numa fase mais avançada da doença pode ocorrer diminuição do apetite e emagrecimento.
Os doentes com DPOC podem ter exacerbações, que são caracterizadas por um agravamento agudo dos sintomas respiratórios e que necessitam de terapêutica adicional. As exacerbações podem ser causadas por diversos fatores, sendo o mais comum as infeções respiratórias e podem ter um impacto negativo na saúde do doente, levar a hospitalizações, bem como promover a progressão da doença.
A presença de falta de ar, tosse ou expetoração crónicas associada a exposição a fatores de risco (tabaco, poeiras e gases inalados) deve fazer suspeitar da existência desta patologia. No entanto, para se fazer o diagnóstico é necessária a realização de provas para avaliar a função pulmonar (espirometria), de modo a avaliar a obstrução respiratória.
O tratamento da DPOC visa diminuir os sintomas e reduzir o número e gravidade das exacerbações. Existem vários fármacos que podem ter estes efeitos e melhorar o estado de saúde e a tolerância ao exercício. Estes podem ser administrados por inalador ou por via oral e incluem os broncodilatadores e corticosteroides, devendo a terapêutica ser orientada caso a caso. Quando há exacerbações da doença pode ser necessário fazer terapêutica adicional que inclua antibióticos.
A redução da exposição a fatores de risco é essencial no tratamento e prevenção da DPOC. A cessação tabágica é uma medida fundamental uma vez que é a que mais altera a evolução natural da doença.
As vacinas anti-gripe (VAG) e anti-pneumocócica (VAP) previnem o aparecimento de infeções respiratórias e o agravamento da doença.
A atividade física deve ser recomendada a todos os doentes e, em alguns, estão indicados programas de reabilitação pulmonar que incluem fisioterapia e que contribuem para melhorar os sintomas e a qualidade de vida.
Em fases mais avançadas da doença pode ser indicado tratamento com oxigénio e/ou ventilação domiciliária.