17 Fev, 2022

VIH. Mulher curada após transplante de células estaminais

Este caso confirma que “uma cura para o VIH é possível e, além disso, fortalece o uso de terapia genética como uma estratégia viável”, confirmam os especialistas.

Uma mulher ficou clinicamente curada do VIH após ter recebido um transplante de células estaminais de um dador naturalmente resistente ao vírus que causa a sida. O caso aconteceu nos Estados Unidos e foi apresentado na Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas, em Denver.

Também diagnosticada com leucemia mieloide aguda, a portadora de VIH recebeu sangue de cordão umbilical para tratar o seu cancro. Desde o início do tratamento, esteve em remissão e livre do vírus num período de 14 meses, sem aderir a terapia antirretroviral para combater a infeção.

“Este é agora o terceiro relato de uma cura neste contexto, e o primeiro numa mulher que vivia com VIH [utilizando especificamente células estaminais do sangue do cordão umbilical]”, confirmou a presidente da Sociedade Internacional de Sida, Sharon Lewin, em comunicado citado pelo Público, relembrando que o primeiro caso de “cura” foi identificado em Timothy Ray – que ficou livre do vírus durante 12 anos até morrer de cancro – e o segundo em Adam Castilleio – que também foi considerado curado da infeção provocada por VIH.

O caso desta mulher faz parte de um estudo que pretende seguir 25 pessoas portadoras de VIH submetidas a um transplante com células estaminais retiradas do sangue do cordão umbilical para tratamento dirigido ao cancro ou outras doenças graves.

Segundo relatam as líderes do estudo, Yvonne Bryson e Deborah Persaud, no primeiro ensaio, os doentes são sujeitos a quimioterapia para matar as células imunitárias cancerosas. Depois, estes indivíduos devem receber células estaminais de indivíduos com mutação genética específica que faz com que lhes faltem recetores usados pelo vírus para infetar as células. Perante este transplante, os participantes deverão desenvolver um sistema imunitário resistente ao VIH.

Este caso “confirma que uma cura para o VIH é possível e, além disso, fortalece o uso de terapia genética como uma estratégia viável para a cura do VIH”, sugere Sharon Lewin que, ainda assim, admite que este tipo de transplante poderá não ser uma estratégia viável para curar a maioria das pessoas com esta condição.

SO

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