11 Out, 2016

UE mantém aposta de redução da mortalidade materno-infantil na Guiné-Bissau

A UE pretende "assinar o mais depressa possível" o contrato do novo FED com a Guiné-Bissau, para que os fundos "possam já ser usados em 2017"

A União Europeia anunciou que vai dar continuidade a um projeto de redução da mortalidade materno-infantil, iniciado na Guiné-Bissau em 2013 pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) e outros parceiros.

“A saúde é uma das prioridades” no âmbito dos apoios da UE à Guiné-Bissau, nomeadamente através do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), referiu Victor Madeira dos Santos, representante da UE em Bissau.

A UE pretende “assinar o mais depressa possível” o contrato do novo FED com a Guiné-Bissau, para que os fundos “possam já ser usados em 2017”.

“Independentemente dos problemas de instabilidade que nos levam a ter tido até agora alguma dificuldade em assinar o programa indicativo nacional”, há que “desligar as questões políticas das questões do apoio direto e imediato às necessidades das populações – e o setor da saúde é talvez o mais carenciado”, acrescentou.

Uma ideia em que foi acompanhado pelo embaixador português em Bissau, António Leão Rocha, que apontou a área como “uma das mais importantes da cooperação bilateral”.

Ambos os responsáveis falavam hoje no Centro Cultural Português, em Bissau, numa cerimónia de entrega de diplomas de formação em prática de cesariana e de anestesia, no âmbito do Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-Infantil (PIMI).

A instrução para 20 formandos revelou-se essencial num país onde reside “apenas um médico anestesista”, para uma população de milhão e meio de pessoas, sublinhou Maria Sanhá, secretária de Estado da Administração Hospitalar, também presente na cerimónia.

Esta foi uma das últimas atividades do PIMI, mas a continuidade está garantida em 2017, com alargamento “a todo o país, incluindo as ilhas”, realçou Alice Vilas Boas, coordenadora clínica – reconhecendo à Lusa que a nova fase vai ser “um grande desafio”.

Desde 2013, o programa representou um investimento de 10 milhões de euros, financiado a 80% pela UE e sendo o restante assegurado pelas organizações executantes: IMVF, UNICEF e Ajuda Médica Internacional (EMI, sigla francesa).

As atividades desenvolvidas pelo IMVF beneficiam também do apoio da Cooperação Portuguesa.

Além da formação, houve mais de 800 mil consultas de pediatria, 295 mil consultas pré-natais, distribuição gratuita de medicamentos para crianças com menos de cinco anos, grávidas e puérperas, entrega de equipamentos a 43 unidades sanitárias e construção de algumas infraestruturas hospitalares em cinco regiões.

Segundo Alice Vilas Boas, os dados que estão a ser recolhidos apontam “já, claramente”, para uma redução da mortalidade infantil nas zonas de intervenção e para uma melhoria dos serviços prestados a grávidas e a quem deu à luz recentemente.

LUSA

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