Técnicos de diagnósticos e terapêutica voltam à greve esta sexta-feira. Adesão ronda os “100%” no Norte

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram às 00:00 de hoje uma greve em protesto contra questões salariais e contra a contagem de anos de serviço para efeitos de progressão na carreira, depois de terem estado paralisados no mês passado.

“Vamos voltar à paralisação porque o Governo, no dia 28 de maio, comunicou-nos novamente o encerramento da negociação”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Luís Dupont.

O dirigente sindical explicou que o Governo apresentou “uma ligeira alteração” à tabela salarial, face à última proposta, dizendo que “não havia condições para apresentar matérias e questões” que são essenciais para estes profissionais. “Não é só uma questão da tabela salarial é também a questão da transição dos trabalhadores da atual carreira para a nova tabela e a contagem do tempo de anos de serviço na atual carreira”, disse, considerando “inaceitável o que Governo está a fazer na negociação”.

Face a esta situação, os sindicatos solicitaram, no dia 05 de junho, “uma negociação suplementar face àquilo que é a lei e o enquadramento legal sobre esta matéria”, mas até ao momento não houve nenhuma resposta por parte dos ministérios da Saúde e das Finanças. Os sindicatos pediram ainda a intervenção do primeiro-ministro, António Costa, que remeteu a questão para os dois ministérios.

Perante este impasse, os técnicos de diagnóstico e terapêutica decidiram voltar hoje à greve, que se repete a 13 de julho. A partir de 01 de julho irão realizar uma greve às horas extraordinárias por tempo indeterminado.

Para as 16:30, está marcada uma concentração junto à Assembleia da República, seguindo em marcha até ao Terreiro do Paço, residência oficial do primeiro-ministro, onde os profissionais vão ficar em vigília e entregar um manifesto ao primeiro-ministro, que, “pelos vistos, não está a querer ouvir estes profissionais”, adiantou o sindicalista.

No documento, os técnicos de diagnóstico e terapêutica explicam que o manifesto representa “uma tomada de posição” junto do primeiro ministro e visa que “o assunto seja discutido no seio do Governo no sentido de não se dar por encerrado” o processo negocial “de forma unilateral”. Expõem ainda as suas reivindicações, entre as quais um ajuste da tabela salarial, a transição para novas carreiras e o descongelamento de escalões.

Em declarações à Lusa, a dirigente sindical Alexandra Costa, afirmou que a greve está a registar uma adesão próximas dos “100%” nos hospitais do Norte.

“Os dados que temos dos grandes hospitais da região Norte indicam que a adesão durante a noite foi quase a 100%, rondando os 98%. Os números da manhã, ainda não os posso adiantar porque a mudança de turno ocorreu às 08:00”, afirmou a dirigente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica.

Segundo a responsável, “as áreas mais afetadas deverão ser as consultas externas, as colheitas e o RX”, salientando que “durante a noite, no Hospital de São João ficaram só os serviços mínimos a funcionar”. “Espera-se uma grande adesão destes profissionais que não estão a ser tratados consoantes os outros técnicos superiores da administração pública. O Governo encerrou as negociações, mas continua a não haver equidade entre as carreiras”, sublinhou.

LUSA/SO

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