“Os Territórios da Endometriose”. “É essencial discutirmos a forma como abordamos e pensamos esta doença”

Nos dias 22 e 23 de março a Unidade de Endometriose do Hospital CUF Descobertas vai organizar uma reunião científica denominada "Os Territórios da Endometriose", evento que vai contar com vários convidados nacionais e internacionais. 

Em entrevista ao SaúdeOnline, Rui Viana, coordenador de Ginecologia-Obstetrícia e da Unidade da Endometriose no Hospital CUF Descobertas, explica o nome do simpósio deriva do facto de a endometriose ser uma doença que “pode afetar vários órgãos do corpo da mulher”. “Pretende-se caracterizar a doença que envolve a cavidade pélvica e os territórios menos frequentes, mas igualmente importantes, que podem ser afetados por doença extra pélvica”, explica.

João Colaço, especialista em Ginecologia-Obstetrícia nos hospitais CUF Descobertas e CUF Cascais, refere que o evento se destina a profissionais de saúde “que se dedicam ao estudo e tratamento da endometriose, nomeadamente, num contexto multidisciplinar, englobando especialidades como a Ginecologia, Cirurgia Geral e Urologia”.

No que diz respeito à prevalência da endometriose e do seu impacto na vida da mulher, Rui Viana indica que esta patologia “afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil”. A endometriose “tem diferentes graus de gravidade, podendo variar de sintomas ligeiros a doença grave, limitativa e incapacitante”.

Quanto ao diagnóstico, João Colaço afirma que, atualmente, é realizado o diagnóstico desta patologia “cada vez mais cedo e com maior grau de precisão”, além de que “existe cada vez mais compreensão sobre a doença e um desenvolvimento importante dos meios complementares de diagnóstico que temos à disposição para a caracterizar”.

Porém, “o diagnóstico correto, a avaliação individualizada das doentes, para se propor um tratamento individualizado e multidisciplinar, seja ele médico, cirúrgico ou uma combinação de ambos” são os maiores desafios no tratamento, indica Rui Viana.

Os especialistas salientam a necessidade de a comunidade médica debater sobre este tema, dado que é uma doença “que afeta 1 em cada 10 mulheres em idade fértil e que, muitas vezes, demora anos a ser diagnosticada”. “É essencial discutirmos a endometriose, a forma como a abordamos e pensarmos de que formas podemos acelerar o seu diagnóstico e, consequentemente, o tratamento, para conseguirmos melhorar a qualidade de vida de quem desta sofre. Para isto, iremos contar com uma visão multidisciplinar sobre o tema e com um painel de oradores de excelência, tanto a nível nacional como internacional”, conclui João Colaço.

CG

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