8 Out, 2018

Investigadores identificam possível sintoma inicial da doença de Alzheimer

Uma quebra na barreira hematoencefálica (BHE) que protege o sistema nervoso central, poderá constituir um novo sintoma, inicial da doença de Alzheimer, que assim poderá vir a ser  diagnosticada mais precocemente do que atualmente

Uma quebra na barreira hematoencefálica (BHE) que protege o sistema nervoso central, poderá constituir um novo sintoma, inicial da doença de Alzheimer, que assim poderá vir a ser  diagnosticada de forma ainda mais precoce do que é atualmente.

A descoberta resulta de um novo estudo, coordenado por  Berislav Zlokovic (na imagem), da Faculdade de Medicina Keck da Universidade da Califórnia do Sul, EUA,  que consideram fundamental perceber o primeiro passo no desenvolvimento da doença de Alzheimer para que seja possível combatê-la.

Uma descoberta muito importante, desde logo por ser hoje consensual entre médicos e investigadores, que quanto mais cedo esta doença neurodegenerativa e irreversível for detetada, melhor será a possibilidade de se travar ou desacelerar a progressão da mesma.

“A incapacidade cognitiva e a acumulação no cérebro das proteínas anormais amiloide e tau são aquilo em que atualmente nos baseamos para diagnosticar a doença de Alzheimer, mas pode-se observar quebras na barreira hematoencefálica e alterações na corrente sanguínea cerebral muito antes”, explicou Berislav Zlokovic.

“Isto demonstra a razão pela qual vasos sanguíneos saudáveis são tão importantes para o funcionamento normal do cérebro”, acrescentou.

A BHE consiste num sistema de filtração que deixa passar substâncias benéficas para o cérebro (glicose, aminoácidos e outras) e impede a passagem de substâncias nocivas (bactérias, vírus e sangue). Este sistema é composto essencialmente por células do endotélio que reveste as centenas de quilómetros de artérias, veias e vasos capilares que alimentam o cérebro.

Há estudos que indicaram que as ruturas na BHE podem permitir a passagem da proteína amiloide para o cérebro, aderindo aos neurónios, e desencadeando a acumulação de mais proteína, causando eventualmente a morte dos neurónios.

Os investigadores explicaram que é possível detetar ruturas na BHE através de uma substância de contraste em exames de ressonância magnética. As micro-hemorragias cerebrais são outro sinal de rutura e que são igualmente detetáveis em ressonâncias magnéticas. Finalmente, a absorção mais lenta de glicose pelo cérebro pode também indiciar rutura na BHE.

Segundo Berislav Zlokovic, nenhum destes exames é prescrito pelos médicos de forma regular.

Comunicado de imprensa

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