19 Jan, 2021

Fritos aumentam o risco de episódios cardiovasculares

Uma dieta rica em alimentos fritos aumenta significativamente o risco de sofrer episódios cardiovasculares graves, como ataques cardíacos ou derrames cerebrais, segundo um estudo publicado na segunda-feira na revista Heart.

Uma dieta rica em alimentos fritos aumenta significativamente o risco de sofrer episódios cardiovasculares graves, como ataques cardíacos ou derrames cerebrais, segundo um estudo publicado na segunda-feira na revista Heart.

Para os autores do estudo, liderado pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Shenzhen, na China, o risco aumenta exponencialmente a cada aumento semanal de apenas 114 gramas de alimentos fritos na dieta.

De um modo geral, segundo os especialistas, os hábitos alimentares ocidentais não ajudam a manter uma boa saúde cardiovascular, mas, até agora, não era claro como é que a ingestão de fritos afetava a saúde.

Para esclarecer essa dúvida, a investigação selecionou 19 estudos relevantes publicados até 2020, noticia a agência EFE.

Num primeiro momento, foram recolhidos dados de 17 estudos, que incluíram 562.445 participantes e 36.727 eventos cardiovasculares graves, como ataques cardíacos ou derrames cerebrais, para avaliar os riscos de doenças cardiovasculares.

Depois, foram recolhidos dados de outros seis estudos, que incluíram 745.873 pessoas e 85.906 mortes registadas durante um período médio de acompanhamento de 9,5 anos, para avaliar a possível ligação entre o consumo de alimentos fritos e as mortes causadas por “doenças cardiovasculares” e por “outras causas”.

Esta análise permitiu apurar que, em comparação com a categoria mais baixa de consumo semanal de alimentos fritos, o risco de sofrer um evento cardiovascular grave na categoria mais alta aumentou em 28%, enquanto o risco de sofrer uma doença cardíaca ou insuficiência cardíaca aumentou em 22% e 37%, respetivamente.

Estas percentagens de risco aumentaram 3,2 e 12%, respetivamente, com um aumento semanal de apenas 114 gramas de alimentos fritos, acrescentam os investigadores.

E salientam que estes números podem ser até bastantes conservadores, visto que vários estudos analisados para este trabalho incluem apenas um tipo de frito, peixe ou batatas fritas, em vez de uma análise à ingestão geral de alimentos fritos.

Contudo, não é totalmente claro, segundo os investigadores, como é que exatamente os alimentos fritos podem influenciar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Este tipo de alimentos aumenta a ingestão energética devido ao alto teor de gordura, ao mesmo tempo que gera ‘ácidos gordos trans’, prejudiciais à saúde, a partir dos óleos utilizados para a fritura, adiantam.

O método de confeção aumenta ainda a produção de derivados químicos que afetam a resposta inflamatória do corpo humano.

Pratos como frango frito ou batata frita têm um alto teor de sal e, além disso, costumam ser servidos com bebidas muito açucaradas, principalmente em restaurantes ‘fast food’, concluem os investigadores.

LUSA

 

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