26 Set, 2023

FNAM acusa Manuel Pizarro pelo “caos” na Ginecologia-Obstetrícia da região de Lisboa

Em comunicado a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusa o ministro da saúde, Manuel Pizarro e o Governo de não tomarem medidas para fazer face ao encerramento do serviço de Ginecologia-Obstetrícia no Hospital Santa Maria (HSM), em Lisboa, um "caos" que, de acordo com a FNAM, ameaça deixar toda a região sem resposta para as necessidades.

A FNAM começa por criticar o facto de a capacidade de partos do Hospital São Francisco Xavier (HSFX) ter sido duplicada, sendo este um dos locais de encaminhamento das grávidas do HSM, “onde as unidades individuais de partos (box) passaram de 6 para 12 e onde até já se fazem dois partos por box com as utentes separadas apenas por uma cortina, mas mantendo inalterada a capacidade de internamento, sem capacidade de oferecer o número de internamentos proporcional ao aumento dos partos”, pode ler-se em comunicado.

A federação afirma que, devido ao encerramento do Hospital Beatriz Ângelo (HBA) entre quinta e domingo, e o encerramento do Hospital Garcia da Orta (HGO) entre sexta e domingo, o que aconteceu foi que “rapidamente o HSFX e o Hospital de Cascais (HC) esgotaram a sua capacidade, tendo ficado sem vagas de internamento o que obrigou à suspensão da realização de partos, uma vez que não havia capacidade instalada para poder internar as grávidas e os bebés”.

Para além disso, segundo os médicos, a Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Caldas da Rainha (HCR) está encerrada até ao final de outubro, sendo as grávidas encaminhadas para o Hospital de Leiria (HL), centro que também “apresentou dificuldade em assegurar capacidade de resposta às grávidas da região”.

Assim, “ao todo, entre o HSM, o HBA, o HGO, o HSFX, o HC, HCR e o HL, contamos sete unidades centrais de Ginecologia-Obstetrícia vítimas diretas da incompetência, má gestão e de organização do Ministério da Saúde (MS), com o fecho sistemático de serviços, a destruição do serviço de Obstetrícia do HSM, e sobretudo sem capacidade para responder à gritante falta de mais maternidades abertas na zona de Lisboa e Vale do Tejo”, acusa a FNAM.

A federação afirma ainda que se não forem tomadas medidas, “o MS e o Governo devem saber que estão a colocar em risco as grávidas, que, na grande Lisboa, podem passar a ter que fazer mais de 75km para poder realizar os seus partos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com todas as consequências que advêm do risco associado a essa deslocação”.

CG

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