7 Set, 2020

Falsas urgências voltam a aumentar nos hospitais

Número de urgências regressou, em agosto, para perto dos níveis pré-pandemia. Falsas urgências já representam quase metade do total.

No pós-férias, os portugueses estão a recorrer mais às urgências hospitalares, ao ponto de a afluência já se aproximar da que se registava antes da pandemia de covid-19, que levou a uma queda abrupta dos atendimentos a partir de março. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, metade são falsas urgências, ou seja, doentes não urgentes que não precisam de tratamento hospitalar.

Em Agosto os doentes não prioritários nas urgências dos hospitais (que receberam pulseira branca, azul ou verde na triagem) representavam 45% do total, quando em 2019, em média, rondavam 42%, segundo avança o jornal Público.

Numa fase em que os casos de Covid-19 deverão aumentar, com o regresso das aulas e ao trabalho, os médicos mostram-se preocupados com o avolumar de falsas urgências sobretudo no próximo inverno, numa altura em que os serviços estarão sob pressão por causa do aumento de casos de gripe sazonal, Covid-19 e outras patologias do foro respiratório.

Muitos doentes não-urgentes recusam ser encaminhados para os centros de saúde, numa consulta com hora marcada. Se esta opção já era pouco escolhida antes da pandemia, agora, com os centros de saúde a funcionar a meio-gás e com muitas assimetrias, são muitas as situações em que terá sido a falta de resposta dos cuidados de saúde primárias a levar o doente ao hospital.

“Os doentes dizem que vão aos centros de saúde e não são recebidos ou que telefonam para lá e ninguém atende”, sublinha a médica Cristina Marujo, diretora do serviço de urgência do Hospital de São João, onde já se fazem mais de 400 atendimentos por dia.

Aliás, se em abril e maio a quebra foi acentuada, a verdade é que a procura pelos serviços começou a recuperar de forma consistente em junho e, em agosto, já se aproxima de valores normais em alguns hospitais da região Norte. “No Reino Unido se o doente não tiver uma carta do médico de família, não entra na urgência. Isto está muito interiorizado na nossa cultura”, diz o presidente do conselho de administração da ULS de Matosinhos, Taveira Gomes, em declarações ao Público.

TC/SO

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