Mais de 50 novos medicamentos comparticipados pelo Estado nos últimos quatro anos
Entre 2014 e 2018, o Estado comparticipou 56 novos medicamentos, o que representa, só em 2018, uma despesa de cerca de 40 milhões de euros. Os fármacos com mais investimento foram os que auxiliam a deixar de fumar e novos anticoagulantes orais.
Os dados constam do Relatório da Primavera 2019 do Observatório dos Sistemas de Saúde que é hoje apresentado e que aponta para um “ligeiro aumento” da despesa com medicamentos nos anos mais recentes.
O ligeiro crescimento com a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos, sobretudo nos últimos dois anos, pode ser explicado com as novas moléculas comparticipadas em regime de ambulatório.
De acordo com o relatório, alguns medicamentos comparticipados que mais contribuíram para o crescimento da despesa do SNS foram os anticoagulantes orais (para doenças cerebrocardiovasculares) e os fármacos para a cessação tabágica.
No caso dos novos anticoagulantes orais, comparticipados a 69% e que não têm genéricos, o Estado despendeu de mais 20 milhões de euros em 2017 e outros 20 milhões em 2018.
Quanto ao medicamento para a cessação tabágica, que começou a ser comparticipado em 2017, representou em 2018 um acréscimo de 1,2 milhões na despesa do SNS.
O Relatório da Primavera assinala ainda que a taxa média de comparticipação do SNS “continuou a crescer” e atingiu em 2018 o valor mais elevado dos últimos seis anos.
O Observatório realizou também uma análise às assimetrias geográficas na despesa com medicamentos. Em termos genéricos, há um menor consumo de medicamentos, logo um menor gasto no distrito do Porto, enquanto existe um maior consumo registado nos municípios da região Centro.
Figueira da Foz, Mealhada, Penacova, Vila Nova de Poiares, Mortágua, a zona de Figueiró dos Vinhos e de Pedrógão Grande e Abrantes são as zonas geográficas que apresentam maior consumo de medicamentos per capita. No extremo oposto surgem Maia, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Felgueiras, Paredes, Penafiel e Valongo (todos no distrito do Porto), bem como Vila Verde e Loures.
Esta análise identificou “importantes assimetrias na despesa dos medicamentos”, apesar de ter usado variáveis que reduzem o efeito das diferentes faixas etárias, até porque foram usados seis grupos de fármacos com diferentes associações entre consumo e proporção de idosos.
SO/Lusa