Eleições Ordem dos Médicos: Quatro candidatos vão hoje a votos

Quatro candidatos vão disputar a liderança da Ordem dos Médicos, um número recorde numa instituição habituada à “competição regional” do triângulo Lisboa, Porto e Coimbra. Fomos conhecer as suas propostas

Os 50.897 médicos inscritos na Ordem dos Médicos vão hoje a votos para escolher os órgãos dirigentes da instituição, à cabeça dos quais quem substituirá no cargo o atual bastonário, José Manuel Silva, o carismático professor de Coimbra que termina este ano o segundo mandato.
O sucessor será a segunda pessoa a desempenhar a função de bastonário desde Abril de 1974. Entre 1974 e 1977, a instituição foi transformada em sindicato e a figura do bastonário foi substituída pela de presidente até 2015, ano em que a reforma dos Estatutos das Ordens Profissionais a resgatou do vetusto enquadramento regulamentar de 1938.
Para o triénio 2017/2019, são quatro os candidatos a bastonário, um número recorde numa instituição habituada à “competição regional” do triângulo Lisboa, Porto e Coimbra, que integra os principais centros médicos e académicos do sector e que será determinante na escolha da nova direção.
Para os defensores da rotatividade regional, Miguel Guimarães surge como o candidato melhor posicionado, porque há mais de seis décadas que o Norte não elege um bastonário. Terá também a seu favor a postura que tem assumido ao longo dos três anos que leva à frente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, muito próxima da que tem marcado a atuação do atual bastonário, de intervenção permanente em tudo o que respeita ao setor, associada a uma grande proximidade aos profissionais no terreno, desdobrando-se em visitas a unidades de saúde de todo o país.
O seu rival mais direto será o professor catedrático Jorge Torgal, que, embora tenha contra si o facto de ser lisboeta, apresenta um currículo profissional mais denso. É docente da Nova Medical School da Faculdade de Ciências Médicas (NMS/FCM) da Universidade Nova de Lisboa (UNL) desde 2006, onde é diretor do Departamento Universitário de Saúde Pública, mas já ocupou diversos cargos de topo da hierarquia da saúde, incluindo a presidência do Infarmed e a do Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
O mais mediático dos candidatos é o hematologista Álvaro Beleza, que integrou a equipa de António José Seguro no Partido Socialista, entre 2011 e 2014. Tem contra si a forma como iniciou a campanha, anunciando como uma das principais bandeiras conseguir que os médicos com consultório privado possam receitar exames comparticipados pelo Estado. O que foi prontamente contestada pela maior e mais influente associação médica de especialidade.
O quarto candidato, o internista madeirense João França Gouveia, é encarado como o outsider, com um manifesto eleitoral que poder-se-ia resumir a uma reivindicação: a criação da Especialidade de Medicina de Emergência (EME), “abrindo o caminho para que o exercício da Medicina de Urgência seja feito exclusivamente por médicos com esta especialidade”.

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Miguel Guimarães

Álvaro Beleza

João França Gouveia

Jorge Torgal

 

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