10 Abr, 2017

Dimensão das listas dos médicos de família debatida no Fórum Médico

Criação de uma nova métrica desenvolvida pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) para a lista de utentes, foi o tema principal debatido no encontro, realizado no passado dia 8 de abril, na sede da associação

A nova edição do Fórum Médico para Cuidados de Saúde Primários (CSP), organizada pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), contou a presença das principais organizações sindicais, reguladoras e sócio-profissionais do setor, com vista a debater questões importantes para o desenvolvimento do CSP e da Medicina Geral e Familiar (MGF) no nosso país.

O principal tema em análise, neste Fórum Médico, foi a criação de uma nova métrica desenvolvida pela APMGF para a dimensão das listas de utentes, baseada numa renovada forma de cálculo para as unidades ponderadas, que para além da idade passarão também a ser ajustadas ao contexto de exercício, a nível municipal

“A correta dimensão das listas é essencial para assegurar a qualidade do exercício da Medicina Geral e Familiar, que está a ser posta em causa com a situação atual, em que temos listas sobredimensionadas que impedem a prestação de cuidados adequados aos nossos utentes e conduzem os médicos de família à exaustão”, explica Nuno Jacinto, secretário nacional da APMGF.

Para Nuno Jacinto é importante perante esta situação, é importante apresentar uma solução concreta e fundamentada à tutela, com contributos associativos, sindicais e da Ordem dos Médicos, para que de forma unida e coesa possam evoluir no sentido de melhorar ainda mais os CSP em Portugal.

Também foi salientado pelo presidente da APMGF, que a rápida adoção do algoritmo de ponderação e ajustamento das listas de utentes que tem vindo a ser aperfeiçoado pela Associação nos últimos anos e que dominou as trocas de impressões neste Fórum Médico teria implicações relevantes, a curto prazo, na melhoria dos cuidados prestados às populações.

“A qualidade da prática dos médicos de família depende em grande parte do número de utentes da sua lista e do contexto do exercício clínico. Há colegas em burnout devido ao sobredimensionamento da lista de utentes. Além da defesa dos interesses do doente importa defender o médico e respeitar os mais elementares princípios humanistas (…) Esta nova métrica está desenhada para tentar colmatar, por um lado a excessiva carga de trabalho que alguns contextos de exercício têm representado, e por outro lado, ajudar a ultrapassar a dificuldade em fixar colegas novos em localidades pouco atrativas, unidades de saúde mais carenciadas e contextos sociais mais complexos”, disse Rui Nogueira.

APGMF/SO/CS

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