16 Jun, 2021

“Depressão sem Rodeios” alerta para o estigma e discriminação associados

A campanha também procura reforçar a necessidade de se conhecerem os seus sintomas e da importância de aderir a um tratamento adequado.

Lançada no passado dia 14 de junho, a campanha “Depressão Sem Rodeios” procura reduzir o estigma e a desvalorização associados à doença que afeta milhares de portugueses e reforça a necessidade de se procurar ajuda médica atempadamente. Esta é promovida pela Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), pela FamiliarMente – Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental e pela associação Manifestamente.

Tendo como embaixador o humorista António Raminhos, a iniciativa com o mote “A depressão é mais do que um estado de humor”, que decorre até ao mês de outubro, engloba várias ações de divulgação, como a criação de um website focado na campanha, um Vox Pop, promoção de spots nos cinemas e televisões, podcasts, curtas-metragens e distribuição de flyers em locais públicos.

Também com o propósito de erradicar qualquer discriminação social para com as pessoas que sofrem de depressão e no sentido de reforçar a importância do acesso ao tratamento e da procura de ajuda médica, “Depressão sem Rodeios”, apoiada pela empresa farmacêutica Lundbeck, também promove os sintomas associados à doença que assola 350 milhões de pessoas no mundo.

“Portugal não é exceção, cerca de 700 mil pessoas vivem com sintomas depressivos”, revelou o presidente da APMGF, Nuno Jacinto. Este ressalta o papel da medicina geral e familiar para lidar com a patologia, reforçando que esta “é a porta de entrada para o tratamento destes doentes, que devem ver o médico de família como a solução para um tratamento mais célere e um acompanhamento precoce”.

Também a presidente da SPPSM salienta a prevalência da doença em Portugal, mencionando o relatório “Saúde Mental em Tempos de Pandemia” que indica que “27% dos inquiridos indicaram ter sintomas moderados a graves de ansiedade e 26% sintomas de depressão”.

Tendo por base estes dados, a médica psiquiatra, Beatriz Lourenço, ressalta a importância de se abordar e falar sobre esta patologia, como um meio de promover o seu tratamento, uma vez que “a depressão é uma doença que pode atingir qualquer pessoa ao longo da sua vida”. “Como em outras doenças, existe tratamento clínico para a depressão e, com a terapia adequada, muitas pessoas ultrapassam a doença sem voltar a ter recaídas”, confirmou.

No entanto, para se registar a adesão à terapêutica, é essencial um diagnóstico atempado, salienta a presidente da direção da FamiliarMente, Joaquina Castelão. “Para que a população tenha esta consciência é necessário aumentar a literacia relacionada com a doença”, sendo fundamental proporcionar “cuidados especializados de proximidade e em tempo útil”, concluiu.

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