17 Nov, 2020

Centros de saúde. Chegaram apenas 15% dos telemóveis prometidos

Apenas 5 dos 30 mil telemóveis já foram entregues. Problemas de atendimento continuam mas estão em curso projetos de centrais telefónicas digitais.

O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) diz que já foram enviados cerca de 10 mil dos 30 mil telemóveis prometidos aos centros de saúde, acrescentando que os restantes deverão ser entregues esta semana.

“Foram já distribuídos às administrações regionais de saúde (ARS) 10.248 telemóveis”, precisou Luís Goes Pinheiro durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19 em Portugal.

No sábado, o jornal Público noticiou que até ao final da semana passada só tinham chegado aos agrupamentos de centros de saúde menos de cinco mil dos 30 mil telemóveis anunciados em setembro pelo Ministério da Saúde.

 

Telemóveis estão a ser distribuídos consoante as necessidades, diz presidente dos SPMS

 

Questionado sobre este número, o presidente do SMPS esclareceu que já tinham sido enviados mais de 10 mil telemóveis, referindo que os equipamentos estão a ser distribuídos aos profissionais de saúde de acordo com as necessidades.

“Tanto quanto sabemos, os telemóveis têm sido entregues consoante o grau de necessidade. Tem sido dada prioridade aos profissionais de saúde que carecem de forma mais urgente de um meio de contacto com os utentes”, explicou.

Luís Goes Pinheiro adiantou ainda que os restantes telemóveis, cerca de 20 mil, deverão ser entregues às ARS durante as próximas semanas.

A distribuição destes equipamentos vai permitir aos centros de saúde melhorar o atendimento de chamadas, um problema que o presidente dos SPMS reconhece ser antigo, mas que se acentuou com a pandemia da covid-19, uma vez que agora os enfermeiros têm também de assegurar consultas não presenciais e acompanhar a maioria os doentes com covid-19 que estão a recuperar em casa.

“Há muito que há um problema de atendimento dos telefones nos centros de saúde mas estamos no caminho de poder reduzir este problema e num futuro próximo reduzi-lo definitivamente”, sublinhou.

“Os telefones são o calcanhar de Aquiles dos cuidados de saúde primários. As centrais telefónicas são obsoletas”, sublinha o presidente da associação das Unidades de Saúde Familiar, Diogo Urjais.

Para isso está também em curso renovação do sistema de comunicações dos centros de saúde, com projetos-piloto para testar novos modelos de centrais telefónicas digitais.

O primeiro, na ARS do Norte, já foi concluído e os novos modelos estão agora a ser alargados a todas as unidades de saúde primária da região com o objetivo de “introduzir um conjunto de automatismos que agilizem o atendimento dos utentes que liguem para os centros de saúde”.

Atualmente, está em curso um outro projeto-piloto no Centro e durante a próxima semana vai avançar outro na ARS de Lisboa e Vale do Tejo.

SO/LUSA

 

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