“Best of ASCO volta a Portugal com o objetivo de atualizar os sócios da SPO nos hot topic da Oncologia mundial”

Depois de uma “muito bem-sucedida” primeira edição nacional do Best of ASCO, em 2023, esta iniciativa da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) em parceria com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) está de volta e promete juntar especialistas nacionais nas diferentes áreas do cancro em torno dos hot topics da especialidade. Em declarações ao SaúdeOnline, o presidente da SPO, José Luís Passos Coelho, avançou uma novidade para este ano: os apresentadores das comunicações deverão fazer uma versão da mesma por escrito, para publicação na Revista Portuguesa de Oncologia.

Como está a ser a experiência de organizar o Best of ASCO?
É uma experiência diferente das iniciativas habitualmente organizadas pela SPO, cuja organização costuma ser interna, podendo contar ou não com a colaboração de outras sociedades, mas sempre organizada a nível nacional. O Best of ASCO é uma reunião organizada em parceria com a ASCO, que obedece a critérios pré-definidos pela nossa congénere norte-americana. Ou seja, as comunicações que podem ser apresentadas no Best of ASCO são sugeridas/recomendadas pela ASCO, podendo o parceiro – neste caso, a SPO – pedir algumas comunicações-extra que lhe interessem incluir. Além disso, a ASCO tem muito bem definidos os calendários de quando estas comunicações ficam disponíveis e que as sociedades parceiras têm que cumprir para avançar com este tipo de evento.

 

Além da discussão das comunicações selecionadas, que outros objetivos tem a SPO para esta reunião?
O que se pretende é permitir aos sócios da SPO que não assistiram à Reunião Anual da ASCO (que decorreu no início de junho, em Chicago) – que serão a grande maioria dos associados – a possibilidade de assistir às comunicações dos trabalhos considerados mais importantes nas várias áreas da Oncologia. A SPO selecionou três ou quatro trabalhos por área clínica e os participantes no Best of vão poder assistir a uma apresentação mais limitada – e não total, por questões de tempo – daquilo que aconteceu em Chicago, feita por um especialista da área, convidado por nós. Este apresentador terá não só o mesmo papel de quem apresentou estas comunicações em Chicago – apresentando a parte mais relevante da comunicação –, como depois fazer a contextualização da comunicação em relação àquilo que já existe na literatura e criticar o trabalho, sublinhando os aspetos que constituem mais-valias e/ou avanços no conhecimento ou no tratamento de determinada situação, bem como as limitações do mesmo.

 

As comunicações escolhidas para esta reunião são iguais às selecionadas para os Best of nos outros países ou não? Isto é, a escolha dos trabalhos procura, de alguma forma, resultados com impacto na prática clínica do respetivo país?
A ASCO faz uma lista do que considera serem as comunicações mais relevantes. Tratam-se de estudos clínicos, epidemiológicos ou até comunicações de caráter laboratorial/científico puro, sobre mecanismos de doença, novas vias importantes no aparecimento ou na progressão de cancro.

O que as sociedades parceiras podem pedir à ASCO é para incluir, para além das comunicações dessa lista, um número limitado de outras apresentações da sua escolha e até um determinado número a ASCO permite essa escolha. Seguramente que as Sociedades em diferentes países selecionarão as mesmas comunicações, porque a escolha vai certamente recair sobre os temas que todos concordamos que são os mais importantes, mas haverá algumas comunicações distintas em diferentes países. Imaginemos que, da lista de 40 comunicações selecionadas pela ASCO, a SPO seleciona 30 e depois completa com outras da sua preferência. Só por acaso é que serão as mesmas em diferentes países. É expetável que haja aqui alguma diversidade, mas provavelmente serão muito mais aquelas que são comuns do que aquelas que são diferentes.

 

Qual é, no seu entender, a importância desta parceria entre SPO e ASCO?
É uma parceria importante, na medida em que a ASCO é a maior sociedade médica mundial, provavelmente maior que a Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) com quem nós também temos naturalmente ligações. A ASCO é uma sociedade com enorme prestígio e qualidade científica.

A Reunião Anual da ASCO habitualmente tem cerca de 40 a 50 mil participantes, sendo que metade destes não são norte-americanos, mas oriundos de todos os outros continentes. Tal é uma demonstração de como as pessoas reconhecem a relevância da ASCO. Todos os grupos científicos que tenham um trabalho de alta qualidade tentam publicá-lo em revistas com fator de impacto elevado e/ou apresentá-lo nas reuniões de topo da Oncologia. As reuniões da ASCO e também da ESMO são seguramente as reuniões de topo da Oncologia mundial.

 

Gostaria de deixar alguma mensagem aos participantes do Best of ASCO?
Que se inscrevam e que participem. A primeira edição correu muito bem e estamos a fazer tudo para esta que corra ainda melhor. Naturalmente que, hoje em dia, está tudo na Internet, mas nada supera a possibilidade de assistir ao vivo à apresentação das melhores comunicações e participar na discussão sobre essas comunicações científicas com os preletores e moderadores selecionados pela SPO, por serem pessoas expert nessas áreas. este ano, vamos fazer algo que não fizemos no ano passado, que é pedir aos apresentadores das comunicações que as resumam por escrito para serem posteriormente publicadas na Revista da SPO. É uma prioridade da SPO fazer com que a nossa revista passe a estar incluída no Index Medicus.

SO

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