4 Jul, 2024

Cancro da cabeça e pescoço

Duarte Machado, oncologista do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, Açores, comenta o estudo “A randomized, double-blind, placebo-controlled phase II study of adjuvant pembrolizumab versus placebo in patients with head and neck squamous cell cancers at high risk for recurrence: The PATHWay study”.

Na área do cancro da cabeça e pescoço, um dos trabalhos que serão abordados por Duarte Machado é o PATHWay, um estudo randomizado, controlado por placebo, usando tratamento adjuvante com pembrolizumab por um ano. O objetivo é avaliar o benefício da incorporação desta terapêutica nos doentes com carcinoma de células escamosas da coorte de cabeça e pescoço com alto risco de recidiva.

“Neste estudo procurou-se avaliar o efeito do pembrolizumab, uma terapêutica anti-PD1 nos doentes com cancro da cabeça e pescoço que tenham um risco de recidiva estimado superior a 40%, tratados de forma curativa”, explica o oncologista.

No ensaio, os doentes foram distribuídos em 6 categorias, classificadas de alto risco pelos autores, tendo-se atingido o seu endpoint primário com uma redução do risco de recidiva de 39% (HR 0.61 – IC80%: 0.43-0.86, p=0.021), traduzindo-se numa sobrevida livre de progressão aos 12 meses de 65% e 48% para o braço de pembrolizumab e placebo, respetivamente.

Na avaliação de subgrupos de categorias de risco, este benefício foi observado no subgrupo de doentes submetidos a cirurgia de resgate e nos doentes com múltiplas recidivas.

“É um ensaio de fase 2, mas dá-nos uma ideia do potencial benefício da incorporação desta estratégia em estádios mais precoces do cancro, especialmente nos indivíduos com um risco elevado de recidiva, e não apenas na doença  metastática, para os quais já existe aprovação.”

 

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