Abordagem do doente com dispneia na consulta de MGF
A sessão “Abordagem do doente com dispneia na consulta de MGF” tem, de acordo com Cláudia Vicente, médica de família e uma das oradoras responsáveis por abordar esta temática, como objetivo mostrar a importância e as características da dispneia associadas a cada causa mais frequente e como deve ser gerida no dia a dia.
“É importante saber como gerir este sintoma, como o médico de família pode avaliar o seu impacto (no doente e nos cuidadores) e como o pode abordar na prática clínica”, diz.
Também coordenadora do Grupo das Respiratórias da APMGF (GRESP), Cláudia Vicente explica que a dispneia é uma “sensação subjetiva”. “Pode apresentar-se de forma aguda e constituir uma verdadeira emergência médica ou afetar cronicamente o doente. A sensação de incapacidade e a limitação que pode fazer sentir pode ser assustadora, mesmo para pequenas tarefas do dia a dia, como subir um lance de escadas”, observa.
E desenvolve, dizendo que a dispneia pode ter “uma componente emocional” associada ou não a doenças físicas subjacentes, como uma infeção respiratória, a DPOC, a doença coronária entre outras.
“Cerca de 30% dos doentes com mais de 65 anos relatam dificuldades em respirar. No entanto, é um sintoma tão importante, mas que é desvalorizado por doentes e profissionais”, refere.
Segundo a entrevistada, durante a sessão – que conta também com a participação dos médicos de família Eurico Silva, como orador, e Rui Costa, como moderador – pretende-se mostrar que a dispneia é um sintoma subjetivo, mas também “um importante sinal de doença”, seja ela física ou de caráter emocional.
“Deve ser valorizada pelo doente e pelos profissionais e que, por isso, deve ser questionada e avaliada nas consultas. Está frequentemente associada a patologia respiratória e cardíaca, mas existem muitas outras entidades como a patologia da tiroide onde está presente. É ainda fundamental avaliá-la nas situações extremas – isto é, em casos agudos e/ou urgentes e nos casos crónicos ou em fim de vida, como é o caso dos cuidados paliativos”, indica.
E conclui: “Em suma, é um sintoma comum, que deve ser valorizado e avaliado por doentes e profissionais.”
SM
Notícia relacionada
“Existe uma necessidade crescente de atualização e enriquecimento do conhecimento por parte da MGF”