22 Fev, 2017

Idosos que habitam em lares são mais desnutridos

Entre as causas está o facto de os idosos a residir em lares serem mais velhos, mais dependentes e mostrarem mais sinais de depressão do que aqueles quem vivem em casa

Um estudo, denominado por PEN-3S, avaliou o estado nutricional dos idosos portugueses e revelou que a prevalência ou o risco de desnutrição é o dobro nos idosos que vivem em lares quando comparada àqueles que vivem em casa.

Entre as causas para esta discrepância estão o facto de os idosos nos lares serem mais velhos, mais dependentes e mostrarem mais sinais de depressão.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2015, viviam 2,1 milhões de idosos em Portugal.

Os resultados indicam quem 4,8% dos idosos em lares estão em situação de desnutrição e 38,7% em risco de desnutrição (43,5% no total). Os valores descem para os 0,6% e 16,9%, respetivamente, quando avaliados os idosos que vivem em casa, perfazendo um total de 17,5%.

As taxas de depressão também são mais elevadas nos idosos que habitam e lares, 47%, contrastando com 25% na comunidade.

“A prevalência de malnutrição aumenta com a idade e nos lares em média os idosos são mais velhos do que os que estão na comunidade. Também nos lares a prevalência de depressão e dependência – os dois indicadores aumentam de forma significativa a malnutrição, influência válida para lares e para a comunidade – é superior. Isso pode explicar por que nos lares há mais casos de desnutrição e risco de desnutrição”, explica Teresa Madeira, investigadora da Faculdade de Medicina de Lisboa, em declarações ao DN.

O estudo contou com a participação de 2.296 idosos com mais de 65 anos, cerca de metade a residir em lares e os restantes em casa. Foi também estado um sistema informático que permite identificar idosos em risco de malnutrição para que sejam encaminhados para consultas especializadas.

A lei atual não prevê a existência de um nutricionista no quadro pessoal dos lares. “Faz todo o sentido uma colaboração que pode ser uma consultadoria, em vez de ser um elemento nos quadros, para a elaboração de ementas dirigidas às necessidades de cada idoso, que podem ser muito diferentes”, diz João Ferreira de Almeida, presidente da ATT – Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos.

DN/SO

 

 

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