Cirurgiã do Centro Hospitalar de Leiria
Volvo intestinal
O volvo é a 3.ª causa mais frequente de oclusão intestinal cólica. Deve-se à torção de um segmento intestinal sobre o seu eixo mesentérico, pode ocorrer em qualquer segmento do trato digestivo, mas é mais frequente no sigmoide e no cego e, nos países desenvolvidos, é comum em doentes idosos. O quadro clínico pode ser muito variado, desde sintomas inespecíficos até à peritonite fecal.
A abordagem do volvo inclui o alívio da torção, avaliação da viabilidade do segmento envolvido e prevenção da recorrência. O tratamento ótimo depende da apresentação inicial.
Perante um doente em choque séptico, com isquemia intestinal ou perfuração, é necessária a cirurgia urgente. No doente estável com um volvo do sigmoide não complicado (a maioria das situações), a primeira abordagem será a tentativa de descompressão endoscópica, eventualmente associada à colocação de sonda retal. Dada a elevada taxa de recidiva, é recomendável a sigmoidectomia, após otimização do doente. Técnicas endoscópicas avançadas, tais como a colostomia e colopexia percutâneas, poderão ser consideradas em doentes selecionados com más condições cirúrgicas, em centros com experiência.
Nos casos de volvo do cego, a abordagem é diferente. Apesar de haver relato de casos em que a descompressão endoscópica foi eficaz, a alta taxa de insucesso e o risco de perfuração levam a que a primeira opção seja a cirurgia.
Revisitamos assim o volvo do cólon sob a visão conjunta da gastroenterologia e da cirurgia geral.
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