19 Nov, 2021

VIH. Mulher argentina é capaz de eliminar o vírus sem tratamento nem transplante

A descoberta deste caso cria esperança para a criação de uma cura esterilizante para os portadores de VIH.

Foi encontrado um segundo caso de uma pessoa infetada com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) – “a paciente Esperanza” – capaz de controlar a infeção sem precisar de qualquer medicação, revela um novo estudo publicado na revista Archives of Internal Medicine.

Esperanza surge como o segundo caso de alguém infetado por este vírus que não tem genomas intactos do mesmo no seu organismo. Sem qualquer tratamento, a mulher de nacionalidade argentina não tem sinais da presença do vírus de forma a ser capaz de se replicar. Em mais de 1,5 milhões de amostras de sangue e tecidos de Esperanza, os cientistas do Instituto Ragon do Hospital Geral do Massachusetts (MGH), do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard confirmaram que o sistema imunitário desta mulher foi capaz de dominar o vírus impedindo a criação de um genoma viável de replicação.

“Estas descobertas, especialmente com a identificação de um segundo caso, indicam que pode haver um caminho para uma cura esterilizante para pessoas que não são capazes de o fazer sozinhas”, confirma a autora dos dois artigos publicados, Xu Yu.

“Se os mecanismos imunitários subjacentes a esta resposta puderem ser compreendidos pelos investigadores, estes poderão ser capazes de desenvolver tratamentos que ensinem os sistemas imunitários dos outros a imitar estas respostas em casos de infeção pelo VIH”, explicou.

O primeiro caso documentado de eliminação do vírus, sem medicação ou transplante de medula óssea, foi o de Loreen Willenberg, em que os investigadores perceberam que o seu sistema imunitário era capaz de eliminar os reservatórios do vírus dos locais nas células onde ele podia acordar e multiplicar-se. Assim, estes reservatórios estavam localizados em zonas do genoma humano onde eram incapazes de se replicar.

Tendo em consideração que o seu sistema garantia a impossibilidade de replicação do vírus e que se registava um controlo natural da infeção por VIH, o corpo de Loreen garantia uma “cura esterilizante”.

Consulte o estudo aqui.

SO

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