24 Nov, 2022

Ministro anunciou 500 vagas em cuidados continuados para receber casos sociais

Segundo Manuel Pizarro, está a ser atribuída “prioridade à região de Lisboa e Vale do Tejo”, porque é onde “a pressão é maior”.

O ministro da Saúde anunciou que a Rede Nacional de Cuidados Continuados tem 500 vagas para receber doentes que estão internados por razões sociais, sobretudo a região de Lisboa e Vale do Tejo.

“Temos já cerca de 500 lugares garantidos que começarão a ser utilizados, julgo que alguns ainda esta semana, seguramente na próxima semana, e vamos tentar alargar esse número, porque isso é absolutamente essencial”, disse Manuel Pizarro aos jornalistas à margem da apresentação do Plano Estratégico do Ministério da Saúde: Resposta Sazonal em Saúde – Inverno 2022-2023, em Lisboa.

Segundo o ministro, estas vagas em cuidados continuados resultam de um trabalho conjunto com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com as Misericórdias e as instituições particulares de solidariedade social, estando a ser atribuída “prioridade à região de Lisboa e Vale do Tejo”, porque é onde “a pressão é maior”.

“Mas vamos fazer isso um pouco por todo o país, porque isso é algo que também permite que o fluxo dos hospitais funcione melhor”, salientou.

Durante a apresentação do plano, a secretária de Estado da Promoção da Saúde anunciou várias medidas previstas no documento destinadas à população idosa e mais vulnerável.

Entre elas, está o fortalecimento do programa de transição entre a alta hospitalar e a resposta social, alargando a capacidade de resposta do setor social contratado pelo Estado e agilizando assim a saída daqueles que já não necessitam de cuidados clínicos dentro do hospital.

“Há uma preocupação fundamental porque nós sabemos que as patologias características desta época, desde a covid-19, à gripe ou mesmo o frio, não afetam de igual modo todas as pessoas e as pessoas que vivem em situações de maior vulnerabilidade são mais afetadas, e foram mais afetadas ao longo da pandemia, tal como nas outras épocas de inverno, e por isso têm aqui uma atenção especial”, disse Margarida Tavares.

Segundo a governante, vão continuar a ser “vigiados ativamente” os surtos nas estruturas residenciais para idosos (ERPI) ou similares, porque se sabe que “é nos contextos de maior vulnerabilidade onde poderão ocorrer desfechos mais desfavoráveis”.

Anunciou também um serviço de telessaúde para apoio a profissionais de referência nas unidades, nas estruturas residenciais para idosos, e equipas específicas de profissionais dos agrupamentos de centros de saúde ou dos hospitais que ativamente acorram aos lares de idosos para evitar descompensações e eventuais recursos aos cuidados de saúde.

“E obviamente que queremos melhorar a humanização e a comunicação com os familiares, com os cuidadores das pessoas que estão no serviço de urgência”, salientou.

Questionado a margem da apresentação do plano sobre se já houve necessidade de reforçar a linha SNS 24, o ministro da Saúde disse que estão a fazer esse reforço.

“Estamos já a fazê-lo porque estamos a planear a criação de novas respostas, uma resposta que eu considero absolutamente inovadora e muito importante é a existência em cada unidade de internamento de pessoas idosas [ERPI] de um profissional de referência que se vai conectar a uma funcionalidade própria da linha Saúde 24, onde as pessoas terão aconselhamento profissional”, sublinhou Manuel Pizarro.

Muitas vezes até poderão ter aconselhamento médico que permita orientar a situação de muitas dessas pessoas que estão internadas nessas unidades, procurando que o seu problema seja resolvido localmente.

Além de melhor para essa pessoa, disse o ministro, “também alivia” o excesso de procura do Serviço Nacional de Saúde.

“Não nos podemos esquecer que temos no conjunto destas unidades, que são quase 4.000 no país, mais de 100.000 pessoas idosas a residir”, enfatizou Manuel Pizarro.

LUSA

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