22 Abr, 2019

Vacinas: o futuro de uma Europa mais saudável

A Associação da indústria farmacêutica associa-se ao Manifesto Vaccines Europe, cujo projeto promove a vacinação para o desenvolvimento de uma Europa mais saudável.

A Associação da indústria farmacêutica (APIFARMA) associou-se ao European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations (EFPIA) na divulgação de um manifesto criado por um grupo especializado em vacinas: Vaccines Europe, cujo principal objetivo é o de “Construir uma Europa mais saudável”.

A iniciativa defende que as vacinas devem ser parte integrante de uma política de prevenção na Europa, de forma a proteger os cidadãos europeus contra doenças que podem ser evitáveis através da vacinação. Para levar avante a sua missão solicita os líderes europeus a trabalharem de forma mais assertiva nas nas políticas de vacinação, incentivando as autoridades públicas, juntamente com todas as outras partes interessadas, a implementá-las.

O documento aponta alguns desafios a todos os profissionais que neste processo estão envolvidos. Uma vez que a taxa de doenças graves diminuiu consideravelmente, devido à implementação da política de vacinação, fez com que a população pense que já não é necessário vacinar as crianças e adultos. Esse facto, juntamente com a distribuição e partilha de notícias falsas, levou a uma menor adesão da vacinação, e até a um movimento contrário, que se baseia na ideia de dizer não à vacinação, pondo em causa a segurança e a eficácia da vacinação.

É precisamente nesse sentido que o manifesto recomenda que se institucionalizem políticas de vacinação para as diferentes etapas da vida de um indivíduo (desde bebé a adulto). Um dos maiores propósitos passa por alcançar a taxa de 95% de vacinação contra o Sarampo até 2020.

De acordo com dados avançados pela rede hospitalar CUF, esta foi uma das doenças, a par com a rubéola, que se agravou nos últimos anos, ocorrendo surtos na maioria dos 29 países europeus, que, apenas em 2011, resultaram em mais de 32.000 casos. Isto aconteceu numa altura em que se um debate em praça público, no qual se preconizava que os efeitos  secundários negativos da toma da vacina eram superiores aos positivos. O debate originou, posteriormente, vários movimentos anti-vacinação.

Daí ser extremamente importante, de acordo com a APIFARMA, a articulação entre as autoridades de saúde e a indústria farmacêutica. Em conjunto, as duas entidades podem aperfeiçoar e criar incentivos para a Investigação & Desenvolvimento de novas vacinas, enfatizando a urgência de promover o diálogo entre as partes, por forma a antecipar e planear melhor as necessidades de imunização das populações.

Entre outras recomendações, podemos também encontrar a proposta da criação de um Cartão de Vacinação Europeu, com informação normalizada – útil para facilitar a interpretação dos registos de vacinação e assegurar a continuidade da vacinação além fronteiras.

O estudo “Perceção do Valor das Vacinas”, promovido em 2018 pela Comissão Especializada de Vacinas (CEV) da APIFARMA, indica que 96,3% da população portuguesa defende que todas as vacinas com indicação para a administração em idade pediátrica devem ser integradas no Programa Nacional de Vacinação (PNV), isto é, todas as vacinas devem ser gratuitas. O estudo evidencia ainda que os portugueses têm um conhecimento sólido quanto aos benefícios da vacinação, com a maioria dos inquiridos a reconhecer que as vacinas têm contribuído para a erradicação de doenças a nível mundial.

Sabia que…

 

  • As vacinas foram uma das maiores descobertas da história, contribuindo para o salvamento de 2 ou 3 milhões de vidas ao prevenir doenças infecciosas?
  • As vacinas protegem tanto os recém-nascidos, como os bebés, adultos e idosos?
  • Perto de 30 doenças são, atualmente, preventíveis com as vacinas?
  • A vacinação contribuiu substancialmente para a saúde, o sistema nacional de saúde e para a sociedade através da prevenção de morbilidade e mortalidade?

 

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Erica Quaresma

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