29 Jul, 2022

Vacinação de grupos vulneráveis contra o vírus Monkeypox poderá estar para breve

A vacina contra a varíola já começou a ser administrada em 16 de julho aos contactos mais próximos de infetados e até dia 27 deste mês já tinham sido vacinadas 59 pessoas no país.

Pessoas com múltiplos parceiros sexuais, profissionais de saúde e doentes imunodeprimidos poderão ser vacinados contra a varíola ainda este ano. Em entrevista ao Expresso, Margarida Tavares, coordenadora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e VIH da Direção-Geral da Saúde (DGS), referiu que o próximo passo deverá ser a vacinação destes grupos contra a infeção por Monkeypox (VMPX).

A vacina contra a varíola já começou a ser administrada em 16 de julho aos contactos mais próximos de infetados e até dia 27 deste mês já tinham sido vacinadas 59 pessoas no país, segundo a DGS. Este processo iniciou-se ainda antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado a doença como uma emergência de saúde pública global, no passado dia 23 de julho.

Margarida Tavares realçou que Portugal atravessa “uma fase de estabilização de casos” e até “com uma ligeira redução”.  “Estamos com um R que vai oscilando um bocadinho abaixo de um, um bocadinho acima de um. Estamos numa situação, epidemiologicamente falando, que caracteriza as doenças endémicas”, acrescentou.

Afetando, até ao momento, mais homens que mulheres – ainda apenas dois casos no sexo feminino em Portugal -, a especialista sublinhou que não é possível saber de antemão quantos indivíduos serão elegíveis para vacina. “Estamos a tentar estimar, porque existe uma coorte de homens que tem sexo com homens, uma população muito relevante em termos de risco nesta epidemia e muito bem estudada e avaliada no Checkpoint LX, no GAT, em Lisboa, em conjunto com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).”

A médica mostrou-se confiante na estratégia adotada no país e considerou que a declaração de emergência de saúde pública global da OMS vai permitir mais investigação e trabalho conjunto. “Pode facilitar o investimento na investigação, mas também na produção e procura de novos métodos de tratamento e vacinas.”

Quanto ao facto de os infetados serem sobretudo homens que fazem sexo com homens, Margarida Tavares lembrou o exemplo da doença VIH.  “Também começou numa população marcada por uma orientação sexual, mas depois as primeiras pessoas afetadas à sua volta foram crianças e grávidas.”

De acordo com o relatório semanal da DGS, todas as regiões de Portugal Continental e a Madeira reportaram casos de infeção humana pelo vírus VMPX. O Norte é a segunda região do país (66), seguindo-se o Centro (11), o Alentejo e Algarve (sete) e a Madeira (três).

A presença do vírus VMPX foi detetada em Portugal em 3 de maio, com a confirmação laboratorial de cinco casos de infeção, e, desde então e até à última quarta-feira, foram identificados 633 casos.

 

SO/EXPRESSO

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