9 Abr, 2021

Taxa de cesarianas continua a aumentar em Portugal

Cesarianas já representam quase 30% dos partos no SNS. No privado a taxa ronda os 70%.

O número de cesarianas manteve a tendência de aumento no nosso país, em 2019, apesar das penalizações do governo, avança o JN. Em Portugal, 36% dos partos foram cirúrgicos (valor mais alto desde 2010).

Dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e da Pordata, revelaram que, dos 86.369 partos que ocorreram em 2019, 31.094 foram cirúrgicos. O Norte é a região com a mais alta taxa de cesarianas (39%), enquanto o Centro tem a taxa mais baixa (28%).

Os números cresceram mais nos hospitais privados, mas nos públicos também subiram. No privado, 68,5% dos partos são cesarianas, enquanto nos hospitais públicos a percentagem é de 29,79%. Este tipo de partos deve-se a “múltiplos fatores”, segundo a Direção-Geral da Saúde.

O Estado tinha avisado os hospitais do Serviço Nacional de Saúde de que poderiam perder o financiamento, caso os partos por cirurgia não diminuíssem, mas isso não evitou o aumento dos números.

A diretora do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de S. João, Maria Moucho, justificou, ao Jornal de Notícias, que houve “um desvio da população para os (hospitais) privados”, o que fez com que o serviço público recebesse mais grávidas de risco, aumentando assim a probabilidade de cesarianas.

O presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia, Diogo Ayres de Campos, disse que não se sente bem “num país com quase 70% de cesarianas no privado”, destacando que a situação “não é aceitável”. Afirmou ainda que “o Estado tem a capacidade para regulamentar muita coisa que se passa na Medicina privada e tem que fazer isso”.

SO

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