Saúde mental e prevenção da violência são prioridades dos jovens
O Conselho Nacional de Saúde ouviu crianças e jovens para saber quais são as suas prioridades na saúde.
Crianças e jovens expressam junto do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que a promoção da saúde mental e a prevenção da violência são as suas prioridades na saúde durante a próxima década.
O CNS, num trabalho conjunto com a Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ) e a Direção-Geral da Educação (DGE) ouviu crianças e jovens para saber quais são as suas prioridades na saúde. Esta iniciativa resultou na Agenda da Juventude para a Saúde 2020-20230, que vai ser apresentada ao Governo e ao parlamento para servir como contributo para o Plano Nacional de Saúde 2021-2030.
O documento está em discussão pública até dia 14 de maio, e traças os aspetos mais relevantes para os jovens: “a promoção do bem-estar físico e psicológico, a educação para a sexualidade, a prevenção do tabagismo e do consumo do álcool, a promoção da alimentação saudável e da atividade física, e a prevenção da violência (incluindo bullying e cyberbullying)”.
A vice-presidente do CNS, Isabel Loureiro, citada num comunicado do CNS, afirma que é importante “conhecer as necessidade de saúde nestes grupos e importa, com eles, definir estratégias para as mitigar”. A dirigente salientou o impacto causado pela pandemia de covid-19 nesta faixa etária.
“As interrupções do ensino presencial e confinamentos prolongados têm vindo a limitar o seu desenvolvimento intelectual, mental, físico e social. A pandemia e as medidas implementadas para a sua contenção têm vindo a afetar todos, mas ainda mais as crianças e jovens que vivem em situações mais vulneráveis, como em casas sobrelotadas, com más condições estruturais, de aquecimento ou ventilação, sem acesso a meios digitais ou a alimentação em quantidade e qualidade adequada, ou expostas a violência doméstica”, destacou.
Isabel Loureiro referiu também que as crianças e jovens veem a escola de “uma forma muito positiva”, mas defenderam que é importante serem feitas alterações no modelo e na mentalidade, que são excessivamente focada nas notas.
“(As crianças e jovens) Acham que existe uma carga letiva excessiva e uma cultura muito centrada nos resultados e no perfil do bom aluno. Por isso, pedem um maior equilíbrio e incentivo para o convívio, partilha de experiências e projetos que estimulem o associativismo, e a presença de mais técnicos de saúde na escola, como psicólogos. Também identificaram a necessidade de se fiscalizar melhor o cumprimento da legislação em vigor para a proteção dos comportamentos de risco”, esclareceu.
Os jovens transmitiram também a necessidade de aumentar a capacidade de acesso a vários domínios como a informação e formação em saúde promotora de comportamentos saudáveis; cuidados de saúde de qualidade; ambientes saudáveis; e participação na definição de conceção, execução e avaliação das políticas públicas para este setor.
Lusa e SO