26 Fev, 2021

São João regista apenas dois casos de infeção entre 4 mil profissionais vacinados

No entanto, o hospital ressalva que, nestes dois casos, os profissionais terão desenvolvido "a doença dentro do período de incubação normal”.

O Hospital de São João, no Porto, registou apenas dois casos de infeção por SARS-CoV-2 entre os 4 mil profissionais vacinados. No entanto, nestes dois casos, ressalva o hospital, os profissionais “desenvolveram a doença dentro do período de incubação normal”.

“Detetamos infeção em dois profissionais de saúde. Num deles fizemos o diagnostico três dias depois da segunda dose da vacina e, noutro caso, seis dias após a segunda dose. O mais provável que tenha acontecido é que estes profissionais foram infetados algures depois da primeira dose [que não confere total imunidade]”, esclareceu.

Pedro Norton considerou os casos sem “expressão significativa” e disse que não põem em causa a eficácia da vacina, considerando que esta é “uma janela de esperança para os cidadãos portugueses”. “De facto, a vacina poderá ser uma arma extremamente eficaz no combate à pandemia”, salientou.

O Hospital adianta também que registou, em fevereiro, sete casos de infeção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde que não estavam vacinados. “Anteriormente à época de vacinação, neste hospital, a incidência da doença rondava os 50 casos por semana. No mês inteiro de fevereiro, tivemos cerca de sete casos, todos eles em profissionais não vacinados”, afirmou hoje Pedro Norton, diretor do Serviço de Saúde Ocupacional.

De acordo com o médico, a prioridade do hospital foi vacinar os profissionais de saúde com contacto direto com doentes infetados pelo SARS-CoV-2 e que ainda não tivessem imunidade para a covid-19 e, até ao momento, mais de 4.000 profissionais (num universo de 6.000) receberam a segunda dose da vacina.

“Em relação aos profissionais com contacto direto com doentes, praticamente vacinaram-se todos os da primeira linha. Faltará vacinar uma proporção relativamente pequena de profissionais que trabalham em contexto de apoio às áreas clínicas”, revelou.

Os profissionais com história prévia de infeção pelo SARS-CoV-2 serão vacinados posteriormente, na medida em que se acredita que “têm imunidade durante alguns meses à doença”.

Quanto ao processo de vacinação, Pedro Norton afirmou que esta “primeira vivência nacional fora de um contexto de ensaio clínico” se revelou “eficaz”.

A evidência científica mostra que a vacina protege contra a infeção e contra formas graves de infeção.

O responsável salientou que ainda falta perceber se “é possível que, depois da toma das doses recomendadas da vacina, uma pessoa pode ser infetada com doença ligeira, mas com capacidade de transmissão a outros”.

“Só vamos saber isso no futuro porque, conseguindo fazer sorologias seriadas desta população [profissionais de saúde] vamos perceber se elas desenvolveram anticorpos cuja presença apenas é possível na presença da doença”, disse.

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