22 Mar, 2022

Resposta ao doente agudo no próprio dia poderá valer incentivos às USF

Proposta é do grupo de trabalho criado pelo governo, que defende um modelo de indicadores personalizável de acordo com as necessidades das populações.

Os profissionais das unidades de saúde familiar (USF) do modelo B deverão começar a receber incentivos remuneratórios mediante o nível de resposta ao doente agudo que se dirige ao centro de saúde, avança o Jornal de Notícias. Esta é uma das áreas que deverá entrar na avaliação das USF modelo B e que, neste momento, não é contemplada na avaliação da qualidade das unidade de saúdes.

Em cima da mesa do governo estará, até final do mês, um relatório a propor um conjunto de alterações aos indicadores de qualidade que resultam em incentivos para os profissionais das USF. O objetivo é que se passe para um modelo de indicadores personalizável de acordo com as necessidades das populações.

As propostas de alteração foram elaboradas por um grupo técnico criado pelo governo para rever o modelo de organização e funcionamento das USF, bem como questões relacionados com os horários de funcionamento das unidades, incentivos financeiros aos profissionais e articulação com os cuidados hospitalares.

A resposta ao doente agudo no próprio dia é uma das áreas onde o governo deve intervir de modo a aumentar a capacidade de resposta dos centros de saúde e, dessa forma, evitar idas desnecessárias dos utentes às urgências hospitalares.

A mudança dos indicadores que definem a atribuição de remuneração adicional às USF é uma reivindicação antiga dos profissionais que trabalham nestas unidades. Isto porque os indicadores são os mesmos há já 15 anos e a maioria das unidades já atingiu o patamar de qualidade no que diz respeito, nomeadamente, ao seguimento de recém-nascidos, grávidas, hipertensos ou diabéticos. É, agora, hora de progredir para outros parâmetros.

Para além da resposta ao doente agudo, o grupo de trabalho vai também propor à tutela que sejam atribuídos incentivos às unidades com um bom nível de acompanhamento de utentes com problemas de saúde mental, obesos, doentes com bronquite ou fumadores, patologias com elevado impacto na vida quotidiana e que aumentam a procura pelos cuidados de saúde.

O grupo defende também a abolição de cotas para a abertura de novas USF e para a transição de USF modelo A para modelo B.

SO

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