23 Ago, 2022

Registaram-se menos 81% de casos de meningite entre 2003 e 2020

A "tendência decrescente da incidência” da doença observou-se sobretudo nos mais jovens e está “em linha com a maioria dos países europeus”, segundo o INSA.

Os casos de meningite em Portugal diminuíram 81% em quase 20 anos, segundo um relatório do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA). A informação, publicada no jornal Público, é relativa à evolução da doença entre 2003 e 2020.

Entre casos confirmados e casos possíveis/prováveis, em 2003 registaram-se 208 infeções e, em 2020, esse número foi de 40.

Em Portugal, a incidência global variou entre 1,99 casos por 100 mil habitantes em 2003 e 0,39 casos por 100 mil habitantes em 2020. No caso de 2020, o INSA recorda que se trata de um ano atípico por causa da pandemia da covid-19.

A descida “mais acentuada” de infeções foi registada entre os mais jovens, que são “os principais alvos dos programas de vacinação, de acordo com o relatório “Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença Invasiva Meningocócica do INSA”.

Nas crianças menores de 12 meses, a redução foi de cerca de 60% e  dos 1-4 anos de cerca de 70%, o que se deve, segundo o Instituto, à vacinação. Esse efeito é especialmente visível na meningite C. Entre 2003 e 2020 registaram-se 135 casos de meningite C em todas as idades e, desde 2007, têm-se registado “apenas casos esporádicos, maioritariamente adultos não vacinados”.

Recorde-se que em 2006 a vacina MenC passou a fazer parte do Programa Nacional de Vacinação (PNV), tendo uma eficácia de “praticamente 99,9%”.

A meningite B “foi sempre a mais frequente”, com 970 casos confirmados, sendo  a incidência maior em crianças até aos quatro anos. Contudo, existe uma tendência decrescente desde 2007, que é “a mais acentuada em crianças com idade inferior a 12 meses e de 1 a 4 anos”.

A vacina contra a meningite B está à venda desde 2014, contudo apenas está contemplada no PNV desde outubro de 2020.

Quanto à meningite W, estão contabilizados 36 casos, tendo sido detetadas, “a partir de 2017 estirpes hipervirulentas emergentes da linhagem sul-americana, com um aumento progressivo do número de casos até 2019”. Existe vacina própria, mas a da meningite B também confere proteção.

Quanto à letalidade da doença, entre 2003 e 2020 registaram-se 118 mortes (7,1%), o que é “o valor esperado”. Está mesmo ligeiramente abaixo da média europeia.

SO/PÚBLICO

 

 

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