Rede de cuidados continuados dos Açores estranha auditoria pedida pelo executivo regional

Governo Regional anunciou uma auditoria externa às estruturas que compõem a rede de continuados para avaliar a qualidade dos serviços. Auditoria deve arrancar este mês e custará 20 mil euros.

A coordenação da Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI) dos Açores manifestou hoje surpresa pelo anúncio de uma auditoria externa às estruturas da rede “em detrimento da resolução de diversos constrangimentos já reportados”.

“É com estranheza e com surpresa que a Coordenação da RRCCI tem conhecimento através da comunicação social da auditoria externa às estruturas que compõem a rede, designadamente à equipa de coordenação regional, às equipas de coordenação local e às equipas de gestão de altas, a realizar pela empresa Accenture Portugal com um valor superior a 20.000 euros”, lê-se num comunicado enviado às redações.

Na terça-feira, o executivo açoriano anunciou uma auditoria externa às estruturas que compõem a rede de continuados integrados para avaliar a qualidade dos serviços, auditoria essa que vai arrancar este mês e estará concluída no fim de setembro.

O contrato celebrado com a empresa Accenture Portugal tem um valor superior a 20 mil euros e pretende avaliar a qualidade dos serviços prestados pela RRCCI depois de terem surgido denúncias de maus-tratos e negligência nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados das Santas Casas da Misericórdia de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo.

Hoje, a coordenação da RRCCI manifestou “surpresa pela priorização dada pelas tutelas à contratualização de uma consultora, em detrimento da resolução dos diversos constrangimentos já reportados em diversas ocasiões através de comunicações e relatórios semestrais, sem que tivessem tomado as medidas que foram recomendadas pela coordenação da rede”.

No comunicado, assinado pela coordenadora da rede, Margarida Moura, é reiterado o alerta para situações que dizem respeito às condições de funcionamento das equipas da rede, por exemplo, “a ausência de meios informáticos seguros, ausência de apoio informático, ausência de apoio jurídico regular, escassez de material de escritório, ausência de viatura de serviço para deslocações em São Miguel ou ausência de ajudas de custo para deslocações em serviço a outras ilhas”.

A coordenação aponta ainda para “a carência de camas em lares, associada a uma falta de gestão integrada de vagas” nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que “cria bloqueios à alta de utentes das Unidades da RRCCI, principalmente em São Miguel”.

“Este estrangulamento tem reflexos na admissão de novos utentes e no acesso equitativo e célere à rede de cuidados continuados”, acrescenta, defendendo ainda “ser necessária a consolidação das medidas de alargamento da resposta no serviço de apoio domiciliário e a prestação efetiva de serviços dos centros de dia”.

A coordenação garante, no entanto, disponibilidade para “facultar todo o apoio, no sentido de que esta auditoria seja mais um elemento de sensibilização junto das tutelas para a necessidade de resolução dos constrangimentos que se verificam na rede e que comprometem o eficiente acompanhamento das equipas e das unidades de cuidados continuados integrados”.

Saude Online

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