1 Set, 2022

Quase metade das mulheres não aderiu ao rastreio do cancro da mama em 2021

Adesão baixou em relação a 2019, embora o número de convites feitos até tenha aumentado. Especialistas pedem mais rastreios, para recuperar as mamografias não realizadas na pandemia.

Pouco mais de metade das mulheres convocadas para fazerem mamografia de despiste ao cancro da mama no ano passado não aderiu ao rastreio. Das 655 mil mulheres convidadas, apenas 355 mil fizeram o exame, adianta o Público.

Em 2021, o rastreio do cancro da mama retomou o ritmo normal pré-pandemia (foram feitos até mais convites do que em 2019), mas isso não foi suficiente para recuperar da quebra acentuada dos rastreios registada em 2020, ano em que apenas foram convocadas 276 mil mulheres e em que só 169 mil realizaram o exame. Os dados referentes a 2021 constam no “Relatório Anual do Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas de 2021”, elaborado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

“É evidente a retoma mas há que recuperar o que não feito o ano passado e há que garantir que convocamos todas as pessoas que efetivamente são elegíveis – coisa que nunca fizemos nos programas de rastreio”, dizia, em entrevista ao SaúdeOnline, no início deste ano, o professor universitário e médico de saúde pública Firmino Machado.

Ainda assim, o ano passado, o número de convites cresceu bastante. Foram feitos mais 103 mil. Este crescimento, superior a 20% em relação a 2019, explica-se pelo alargamento do rastreio (que é organizado pela Liga Portuguesa contra o Cancro) à região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Atualmente, o rastreio tem uma taxa de cobertura a nível nacional subiu para 91%.

No entanto, quase metade das mulheres (46%) não respondeu afirmativamente aos convites. Em 2019, com menos 103 mil convites feitos, houve mais mulheres rastreadas. Esta diminuição da adesão está relacionada com a fraca recetividade ao rastreio em LVT, na ordem dos 20%, o que é habitual” quando a convocatória é enviada pela primeira vez.

O poder de compra mais elevado e a maior cobertura de hospitais privados e outros serviços de saúde (onde muitas mulheres optam por realizar as mamografias) nesta região é outra das razões apontadas pelo presidente da LPCC para explicar a baixa adesão em LVT – e que acaba por afetar a taxa de rastreios efetuados em todo o país.

SO

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais